São Paulo, domingo, 23 de março de 1997 |
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Só custa 30 sacas de café
JOSÉ GERALDO COUTO
Esses inéditos poderão ser publicados num volume específico ou ser incorporados a uma edição crítica de "Paulística" (1925), livro de Paulo Prado que está há muito tempo fora de circulação. A Folha publica abaixo dois desses textos de Prado que permanecem inéditos em livro. O primeiro é o discurso do escritor a seus colegas empresários, conclamando-os a participar de uma campanha de arrecadação de fundos para resgatar uma carta escrita por Anchieta em 1579 e encontrada, pelo próprio Paulo Prado, num antiquário londrino. O preço da carta, 200 libras, equivalia a 30 sacas de café -um valor irrisório para um milionário como Prado-, mas ele quis comprometer simbolicamente seus pares com uma causa que considerava nobre para a cultura nacional. No discurso, publicado em 1926 no primeiro número do jornal "Terra Roxa e Outras Terras", fundado por Paulo Prado, Alcântara Machado, Couto de Barros e Sérgio Milliet, fica clara a posição de Prado quanto à necessidade de engajamento das elites na construção de um país civilizado. O segundo texto é uma carta enviada, por volta de 1925, a Peregrino Jr., redator de "O Jornal", do Rio, em resposta a uma enquete sobre o espírito moderno e a cultura brasileira. Participante de primeiro plano do movimento modernista paulista, Paulo Prado expõe ali suas idéias sobre o confronto entre "passadistas" e "modernos" e antevê a transformação em clássicos dos expoentes da vanguarda. (JGC) Texto Anterior: Vergonha da nação Próximo Texto: Só custa 30 sacas de café Índice |
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