São Paulo, domingo, 23 de março de 1997
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Com criatividade, 'bijoux' dá dinheiro

SIMONE CAVALCANTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Criatividade, bom gosto, preço acessível e qualidade são as palavras de ordem para entrar -e se manter- no setor de bijuterias.
A cada dia, várias pessoas apostam nesse mercado com a esperança de obter rendimentos altos.
E não é para menos. Segundo estimativas do IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos), esse mercado movimenta em torno de US$ 100 milhões por ano, divididos igualmente entre jóias e bijuterias.
Em 1996, as exportações dos produtos do setor totalizaram cerca de US$ 3,5 milhões.
Para entrar no negócio, não é preciso investir muito, mas é fundamental usar muita criatividade.
"A criatividade que eu uso nas peças garante uma boa parte das minhas vendas", afirma Débora Avellar Pires, 27. Na sua opinião, a maneira como se vende o produto também é muito importante.
"Levar o mostruário pronto para as lojas pode ser uma boa opção para garantir a clientela."
Além disso, ela conta que a exposição em feiras do setor também pode ser um caminho promissor. "No Mercado Mundo Mix, chego a vender cem peças. Faturo de R$ 700 a R$ 1.000 em um fim-de-semana", afirma Débora.
Venda em família
A empresária Adriana Medeiros, 29, começou a fazer bijuterias em 1989, quando resolveu sair de São Paulo para morar em Natal (RN).
"No início, vendia as peças na praia, nas casas e no local de trabalho de alguns amigos."
Mas foi em uma de suas idas e vindas a São Paulo, para comprar material, que Adriana recebeu um convite para expor suas bijuterias em uma produção de revista. "Depois disso, voltei a morar aqui e abri a minha empresa", diz.
A família de Adriana resolveu aderir a idéia e, hoje, todos trabalham no negócio, que chega a render até R$ 5.000 por mês.
"Meu pai e meu irmão ajudam na parte administrativa, e minha mãe, na montagem das bijuterias."
Cursos
Oferecer e ministrar cursos é outra maneira para lucrar com bijuterias. Arlete Colino Pereira, 52, é proprietária da Trabijoux, uma loja que fornece cursos, material e assessoria para as pessoas que querem ingressar nesse ramo.
A empresária conta que encontrou nas bijuterias um trabalho paralelo para aumentar a sua renda.
Como ela era procurada por muitas pessoas interessadas em aprender as técnicas, resolveu dar aulas."Comecei em casa com apenas um aluno e, atualmente, tenho quase 400", comemora.
Arlete também vende as apostilas dos cursos por correspondência e garante que o mercado tem espaço para novos investidores.
"As pessoas estão preferindo usar bijuterias a jóias, pela segurança e pelo preço mais acessível. Além disso, é um complemento da roupa que pode ser trocado para combinar com cada estilo."

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