São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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Comissão de Ética deve analisar caso de desavença

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ameaça de morte feita pelo senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) ao colega Vilson Kleinubing (PFL-SC), na semana passada, deve ser levada ao Conselho de Ética do Senado e pode antecipar o fim da CPI.
"Você não será mais senador, nem eu. Eu tenho filho e você também. Um deles ficará órfão", disse Miranda a Kleinubing, no gabinete do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Miranda ficou irritado com supostas acusações de ligação com o escândalo feitas por Kleinubing.
O vice-presidente da CPI, Geraldo Melo (PSDB-RN), acha que, para aliviar a tensão dentro da comissão, o relator, Roberto Requião (PMDB-PR), deveria elaborar relatórios parciais, apontando os problemas já comprovados.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) acha que Miranda deve fazer uma retratação em plenário e propõe que o caso seja levado ao Conselho de Ética do Senado.
Para Kleinubing, o caso está encerrado. Ele encaminhou a Miranda notas de seu discurso, mostrando que não fez as acusações. "Ele exagerou na dose. No seu lugar, eu pediria desculpas, mas não vou exigir retratação."
A ameaça de morte não foi o único episódio tenso da CPI. Um deles envolveu o relator e Carlos Wilson (PSDB-PE). O senador pernambucano, nervoso com suspeitas contra ele, propôs à CPI que investigasse os senadores que relataram e aprovaram a emissão de títulos.
Requião foi contra e disse, em tom de brincadeira, que, se o sigilo telefônico dos senadores fosse quebrado, seriam reveladas as namoradas de Wilson. O senador pernambucano ameaçou brigar.
Requião também já discutiu com Melo, quando este presidia uma sessão e teve sua atuação questionada pelo relator. Por causa da tensão, ACM decidiu não permitir o prolongamento dos trabalhos.

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