São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 1997
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E o Oscar vai para... E agora, Hollywood?

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Acontece hoje à noite, em Los Angeles, a 69ª cerimônia de entrega dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Os prêmios em questão são os Oscar, que, como sempre, serão entregues em 25 categorias em uma festa para 4.500 convidados no Shrine Auditorium, em Los Angeles.
Segundo Gil Gates, produtor do evento, o tema deste ano é "a comunidade formada pelo público, o fato de as pessoas se reunirem para assistir a filmes".
Além dos indicados ao Oscar, outras estrelas vão pisar no palco do Shrine Auditorium. Só que, em vez de levar uma estatueta para casa, apresentarão os vencedores. Entre os iniciantes na função estão Claire Danes e os comediantes Chris Farley e David Spade.
Outros, como Kenneth Branagh e Diane Keaton, farão papel duplo de apresentadores e concorrentes. Ele é indicado pela adaptação de "Hamlet" para a tela. Ela, como atriz, por "Marvin's Room".
Os veteranos do evento são Goldie Hawn, que já apareceu dez vezes na transmissão do Oscar, e Mel Gibson, que já foi apresentador em seis cerimônias e ganhou duas vezes por "Coração Valente", em 96.
Nicole Kidman, que não foi indicada por "Retrato de uma Mulher", e Madonna, que em vez de concorrer como atriz, por "Evita", apenas cantará "You Must Love Me", colocarão à prova seu espírito esportivo.
A surpresa da noite fica por conta de Beavis e Butt-Head, que aparecerão num truque de animação.
Como sempre, a cerimônia será interrompida por performances de vários artistas. As canções que concorrem ao Oscar serão apresentadas por seus intérpretes.
Celine Dion canta "Because You Loved", do filme "Íntimo e Pessoal". O CD "Falling into You" vendeu 20 milhões de cópias.
A única que não comparecerá é Barbra Streisand. A atriz será substituída por Nathalie Cole na canção "I Finally Found You", de "O Espelho Tem Duas Faces".
Outro que com certeza não comparecerá é Roderick Janes, montador de "Fargo". Mesmo tendo realizado um trabalho digno de indicação, ele não existe. É na realidade um pseudônimo criado por Joel e Ethan Coen, que editaram o filme, mas não queriam ver seus nomes aparecendo nos créditos.
Antes mesmo de serem definidos os resultados, 1996 já entrou para a história como "o ano dos independentes". Entre os cinco filmes concorrendo ao título de melhor do ano, quatro foram produzidos fora dos estúdios de Hollywood.
Desafiando a qualidade pregada pela academia, três desses filmes trazem a desconcertante combinação de baixo orçamento e qualidade. "Shine - Brilhante" custou US$ 5 milhões, "Segredos e Mentiras" saiu por US$ 4 milhões e "Fargo" consumiu US$ 7 milhões.
Comparados a "Jerry Maguire - A Grande Virada", que custou US$ 50 milhões, e "O Paciente Inglês", US$ 31 milhões, é difícil entender onde vai parar tanto dinheiro.

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