São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Conflito, ação

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Não tem depoimento esta semana na CPI, os parlamentares começam a dispersar-se para o feriado e a TV Senado perde fôlego. Ontem, concentrou-se no serviço, do gênero "para entender a CPI".
Mas o escândalo não depende mais de Roberto Requião e colegas no programa de auditório que é aquela comissão, naquela sala. O embate de comunicação, até de marketing, ganha vida própria.
Celso Pitta de um lado e os senadores paulistas, dois deles mais atuantes para as câmeras (o outro talvez até mais atuante longe delas), garantem a ação, o conflito.
Romeu Tuma e Eduardo Suplicy estiveram na Split para uma "blitz", como descrito ontem na Globo. Não é a primeira, mas estavam cercados, estiveram nos telejornais todos, apontando documentos, fechando o cerco.
Celso Pitta cercou-se de deputados federais malufistas, o que diminuiu a sensação de isolamento. Pouco conseguiu de palpável, mas deixou a imagem de que não foi inteiramente abandonado.
É a nova "tropa de choque", como apelidou o SBT, lembrando o grupo de mesmo nome, que serviu e não salvou Fernando Collor.
No balanço do dia, foi uma pequena vitória de comunicação do prefeito paulistano, que antes, nos esforços de imagem, conseguiu quando muito posar ao lado do secretário/estrela de basquete Oscar.
*
Quem posou ou quase ao lado de FHC foi Carlos Vereza, que de ator passou a acreditar ser o personagem que fazia, um senador, e ontem ganhou audiência com o presidente e até o palanque de Sergio Amaral, na cobertura.
Um porta-voz, assumidamente, saído direto da novela das oito na Globo. Como a telenovela, com críticas ao Movimento Sem-Terra, seu radicalismo.
A ficção querendo interferir, ainda uma vez, na realidade.

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