São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Rei do feijão colhe 300 mil sacas em 3 safras

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O rei do feijão, o paulista Marco Raduan, 56, está aumentando a sua produção neste ano.
Sócio majoritário da Samambaia Empreendimentos Agrícolas Ltda, ele espera colher 300 mil sacas de feijão carioca em cerca de 6.000 hectares plantados nas três áreas que arrenda nos municípios de Santa Fé de Goiás (GO), Itapaci (GO) e Pirapora (MG).
No ano passado, Raduan plantou 4.100 ha e colheu 205 mil sacas de feijão, obtendo um faturamento próximo dos R$ 7,1 milhões.
Três colheitas
Para aumentar a produção, além da área superior à do ano passado, o agricultor planeja colher três safras na cidade de Pirapora e duas nas fazendas de Goiás.
"Colher três vezes é novidade. Mais chuva e seca menor este ano devem colaborar para o primeiro plantio e também para a última colheita", afirma o empresário.
Ele lembra que, no ano passado, a instalação tardia dos pivôs centrais na lavoura permitiu que somente uma safra fosse tirada da terra.
Empresário "sem-terra"
Raduan não planta feijão em propriedade registrada em seu nome. Mesmo sendo o rei da cultura ele usa terra arrendada e pode ser classificado como "sem-terra".
Raduan reconhece e conta que nem sequer consegue financiamento no Banco do Brasil.
"O Banco do Brasil me reconhece como um 'sem-terra' e nega financiamento". Os recursos para o plantio saem do próprio bolso de Raduan.
Segundo ele, os preços ao agricultor, este ano, devem se manter na faixa atual (R$ 37 a saca) ou então cair para valor próximo aos R$ 30 a saca. Raduan não acredita em alta.
Mas o consumo pode continuar subindo, movido por três fatores, na visão de Raduan: o Plano Real, que tornou o feijão mais acessível ao trabalhador, os baixos estoques do governo e o emprego de mais tecnologia por parte do produtor.
"Estoque baixo e mais tecnologia permitem que a qualidade melhore. Além do mais, no máximo em 20 dias o feijão chega ao prato do brasileiro", afirma Raduan.
É o emprego de alta tecnologia que garante a produtividade recorde das lavouras de Raduan.
Enquanto a média nacional gira em torno de 500 quilos de feijão por ha, o empresário consegue colher em suas lavouras irrigadas com pivô central cerca de 3.000 quilos por ha.

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