São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997
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Saída de dólar volta a superar entrada

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa dos investidores com relação a uma possível alta dos juros norte-americanos está criando dificuldades à política de câmbio do Banco Central.
Ontem, por exemplo, as cotações voltaram a bater o teto da minibanda de variação (R$ 1,0615) e o BC precisou invtervir, vendendo moeda norte-americana para esfriar o ânimo altista.
A pressão no mercado tem origem no déficit que tem se repetido, tanto no fechamento de operações comerciais (para exportação e importação) como também no de operações financeiras (remessas de lucros, dividendos e investimentos em Bolsas, por exemplo).
No caso do câmbio financeiro, por exemplo, apenas um dia da semana passada registrou saldo positivo (US$ 35 milhões). Nos outros dias, o resultado foi sempre negativo, chegando a US$ 88 milhões, na última sexta-feira.
Com isso, o saldo diário médio registrado em março caiu pela metade, quando comparado ao resultado registrado em janeiro: passou de US$ 54 milhões, de entrada líquida, para US$ 27 milhões.
Até a conta de entrada e saída de dólares relativa a exportação e importação passou a apresentar déficit na semana passada.
No caso, essa conta tem apresentado superávit nos últimos meses -apesar do déficit na balança comercial física- por causa do financiamento da importações, que adia o pagamento das compras.
A explicação para a demanda acima da oferta, no caso do câmbio comercial, se deve ao fato de os exportadores estarem adiando a venda de moeda norte-americana, na expectativa de alta das cotações.
No caso do câmbio financeiro, a principal justificativa é a iminência da alta dos juros norte-americanos, que pode ser decidida hoje pelo Federal Reserve (Fed).
Os investidores preferem aguardar até resolver se mandam seus recursos para o Brasil, ou se optam por aplicá-los nos EUA.
Bovespa
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou ontem forte oscilação, de olho nas notícias que vieram de fora a respeito da alta dos juros da economia norte-americana.
Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,2%, mas se recuperou à tarde, fechando em alta. O receio é que a alta dos juros seja superior a 0,25 ponto percentual.

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