São Paulo, terça-feira, 25 de março de 1997 |
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"São desculpas", diz teórico
FERNANDA DA ESCÓSSIA
"Todas essas campanhas são modos de avaliar a consciência dos sistemas discursivos das emissoras de televisão, quando elas chegam a um poder como o que a Globo tem. É uma desculpa pelo passado autoritário e pelo presente conivente", afirma Sodré. O autor se diz pessimista quanto ao resultado de campanhas beneficentes ou discussões de temas sociais na TV. Segundo ele, o discurso televisivo é incapaz de provocar tomada de consciência do público. Se para Muniz Sodré novelas como "O Rei do Gado" tentam controlar a discussão sobre a reforma agrária, para o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a novela conseguiu tornar o tema conhecido da maior parte da população. "Não podíamos esperar uma novela feita pelos sem-terra, seria demais. Mas a novela e a Patrícia Pillar conseguiram mais do que as entidades da área em dez anos." O juiz da Infância e da Juventude do Rio, Siro Darlan, diz que, em relação a crianças e adolescentes, a TV brasileira vive uma contradição entre o poder de educar e os interesses comerciais. "Não entendo como pode haver programas tão bons e outros tão ruins. A TV marcha na lógica do capital e, em nome do capital, comete também seus pecados." Darlan proibiu, na novela "Malhação", cenas que sugeriam relações sexuais entre adolescentes. O presidente do IPDH (Instituto Palmares de Direitos Humanos), Luís Carlos Gá, afirma que as novelas são preconceituosas em relação aos negros. "Os negros são maioria na população. Deviam ser maioria também na TV." (FE) Texto Anterior: Globo assume 'era do social' Próximo Texto: Ações de merchandising social Índice |
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