São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradoria estuda pena menor para condenados no caso Bodega

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria de Assistência Judiciária de São Paulo informou ontem que deverá recorrer da sentença do juiz José Ernesto de Mattos Lourenço, que condenou quatro réus do caso Bodega a penas de 23 a 48 anos de reclusão.
O advogado Walter Joaquim Castro, que defende o acusado Sandro Márcio Olimpio disse ontem que estudará recurso em favor de seu cliente, embora, "como cidadão", acredite que os réus "pudessem merecer a pena de morte".
"Como profissional, vou estudar a sentença do juiz e, se for necessário, pedirei o rebaixamento da pena. Como pessoa, como cidadão, acho que eles (os quatro réus) mereceriam a pena de morte."
No assalto à choperia Bodega, em Moema (zona sul), no dia 10 de agosto de 96, morreram o dentista José Renato Tahan e a estudante de odontologia Adriana Ciola.
O caso tem seis acusados. Além dos quatro condenados, há um foragido e outro preso recentemente. O taxista Francisco Ferreira de Souza ainda não foi localizado e Antônio Jeomar Livino, o Alemão, foi preso há dez dias. Por isso ainda aguarda provável julgamento.
O juiz Lourenço, da 18ª Vara Criminal, condenou Sandro Márcio Olimpio, Sivanildo Oliveira da Silva e Sebastião Alves Vital a 48 anos de reclusão e Zeli Salete Vasco, a 23 anos e três meses.
Eles foram condenados pelo crime de duplo latrocínio (roubo seguido de morte).
Elogios
O juiz Lourenço criticou, em sua sentença, a atuação inicial da polícia no caso e elogiou o trabalho do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
No entanto, mais adiante, cobrou do Ministério Público mesmo vigor no acompanhamento do inquérito policial que apura a denúncia de tortura por policiais.
Quinze dias depois do assalto, a polícia prendeu nove suspeitos do crime. Dois meses depois, essas nove pessoas -entre elas, menores- foram soltas após o Ministério Público alegar falta de provas para acusá-las e suspeita que as confissões foram obtidas por meio de torturas. Só então surgiram os novos suspeitos.
O Ministério Público acusou policiais do 15º DP, no Itaim (zona oeste), da suposta tortura. Eles negam. O caso passou para o DHPP, que prendeu os novos acusados.

Texto Anterior: Encontrados mortos dois estudantes na zona sul
Próximo Texto: Polícia identifica assassinos de estudante
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.