São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 1997 |
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Betinho quer balanço social de empresas Publicação seria obrigatória FERNANDO PAULINO NETO
Para Betinho, diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), o balanço social deve ser obrigatório. "O ideal é que, se o conjunto da sociedade assim quiser, passe pelo Legislativo e vire lei." Segundo ele, na França já há obrigatoriedade de publicação de balanço social para empresas com mais de 750 funcionários desde 1977. No Brasil, Betinho defende que empresas de todos os tamanhos publiquem balanços sociais. Betinho quer que figure no balanço social "tudo o que pode ser quantificado por ser investimento para dar uma idéia da dimensão social da empresa". Ele dá alguns exemplos do que pode constar no balanço: quantas pessoas uma empresa empregou ou desempregou em um ano, as relações de trabalho, capacitação profissional e salário. Também constariam as relações da empresa com a comunidade (meio ambiente, cultura etc.). Betinho diz que têm de ser definidos os critérios. "Uma empresa de bilhões tem de ter investimento social proporcional a bilhões." O programa Comunidade Solidária, do governo federal, encomendou estudo ao antropólogo Rubem César Fernandes, do Iser (Instituto Superior de Estudos Religiosos) e do movimento Viva Rio, e ao economista Sérgio Góes, do Iser e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), para fazer um balanço sobre filantropia empresarial. "A idéia é criar uma base de dados onde se vão acumulando duas fontes, uma com o que já está sendo divulgado nos balanços e outra que é sem registro em balanço", diz Fernandes. Ele espera que essa base de dados esteja pronta ainda este ano e que os dados comecem a ficar disponíveis para publicação em 1998. O objetivo, segundo ele, é publicar essa base de dados na Internet. Para Fernandes, essas informações podem evoluir para a formação de um balanço anual e daí para rankings nacional e regional divididos por temas como saúde, educação e meio ambiente. Fernandes disse que está conversando com o Ibase para "somar" os esforços. Para Betinho, "muitas vezes a gente desenvolve uma idéia que está na cabeça de muita gente. Não queremos uma idéia com exclusividade, queremos que se realize". Mesmo favorável à idéia, Luiz Caruso, diretor de assuntos corporativos da Xerox, patrocinadora do projeto social da Mangueira, acha que a publicação do balanço não deva ser obrigatória. Ele acha que se deve "engajar" as empresas a divulgar seus gastos sociais. LEIA MAIS em artigo na pág. 2-2 Texto Anterior: Lei deve retardar privatização de 'teles' Próximo Texto: Fiesp afirma que governo teria mais um déficit Índice |
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