São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Piloto lança nova hipótese no caso Senna
LUÍS CURRO
Senna morreu durante o GP de San Marino de 1994, em Imola, ao se chocar contra um muro após "passar reto" com seu Williams, a mais de 200 km/h, na curva Tamburello. Ao analisar as circunstâncias do acidente, Hakkinen disse acreditar que o volante possa ter se soltado e saído nas mãos de Senna antes da curva fatal. "Era a primeira volta após a saída do pace car (carro que entra na pista após um acidente). Senna era o líder, estava atrás do pace car em baixa velocidade, o que faz a pressão dos pneus cair. Nessa situação, o carro fica mais próximo do solo, e também o piloto." "Ao passar pelas ondulações da pista", acrescenta Hakkinen, "os joelhos tremem e podem tocar no volante. Um toque acidental pode desprender a direção do painel. Aí, se perde o controle do carro. Isso pode ter acontecido com Senna." Em um carro de F-1, o volante é encaixado no painel após o piloto sentar no cockpit. Para sair do carro, é preciso remover o volante. Aconteceu comigo Hakkinen dá sua opinião baseado em experiência própria. O piloto disse que em 91, seu primeiro ano na F-1, a mesma coisa aconteceu com ele durante o GP de Phoenix (EUA). "Em uma curva, simplesmente o carro não virou." O acidente, porém, não foi grave. Mas, mesmo que tenham acontecido falhas da equipe Williams na montagem do carro ou na direção do autódromo de Imola em relação às condições do asfalto -como tenta provar um promotor italiano-, o piloto finlandês acha que não se pode culpar alguém pela morte do brasileiro. "Os pilotos sabem dos perigos e têm a opção de entrar ou não na pista. Todos sabem que o automobilismo é um esporte de risco." Refém Hakkinen sabe muito bem disso, pois, em novembro de 95, durante treino para o GP da Austrália, em Adelaide, sofreu um acidente que quase o matou. Antes de uma curva, a 200 km/h, o pneu esquerdo traseiro estourou. O McLaren saiu da pista, capotou e bateu em um muro. Hakkinen sofreu um traumatismo craniano e os médicos o deixaram em coma induzido, para evitar danos no cérebro. Passou duas semanas em um hospital. Na primeira corrida de 96, já estava de volta, como se fosse um refém das pistas. "Lógico que me preocupo se vou morrer, mas busco o prazer da vitória", disse o finlandês, que nunca venceu uma corrida na F-1. Texto Anterior: Amador; Paulista; Patrocínio Próximo Texto: Trabalho de montagem dos carros termina hoje Índice |
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