São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 1997 |
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Reunião discute parceria Brasil-França
ISABEL GNACCARINI
O encontro foi organizado pelo adido cultural e encarregado pelo cinema latino-americano do consulado francês no Rio de Janeiro, Gérard Blondel, que deu a largada para uma série de reuniões com cineastas, produtores e distribuidores do cinema brasileiro. O atual acordo de co-produção bilateral data de 1969 e esbarra em entraves burocráticos, sem dar conta da atual situação do cinema nacional. O Brasil, com as novas leis de fomento ao audiovisual, está profissionalizando o sistema de produções de cinema, que envolve o investimento de empresas e bancos privados. A classe cinematográfica brasileira pretende que o novo acordo desentrave o processo de futuras alianças com os franceses. O interesse é grande dos dois lados -se depender do que ficou estabelecido na reunião, encontros deverão acontecer a partir da semana que vem. O objetivo é apresentar, até junho, propostas concretas que o Itamaraty deve encaminhar à chancelaria francesa. Os produtores brasileiros esperam, assim, ter acesso às subvenções ao cinema francês e abocanhar uma parte do mercado de exibição daquele país. Segundo o representante do CNC, a França conta com 4.600 salas de exibição e tem público de 130 milhões de espectadores ao ano. O Brasil, por sua vez, atrai pelo novo volume de dinheiro que circula na área cultural, mas também pelo mercado interno, que chega a 80 milhões de espectadores. Luís Carlos Barreto, produtor de "O Quatrilho", enfatizou o fato de o Brasil ser o líder no mercado latino-americano de filmes e que os interesses dos dois lados deveriam crescer com produções entre Mercosul e CEE. Para ele, essa seria a única maneira de conter o avanço desleal dos Estados Unidos na "guerra do audiovisual". Os produtores brasileiros alertam para o problema da dificuldade de ajuste linguístico e temático, pois os parceiros europeus da França são, majoritariamente, os países de língua francesa. Bruno Stroppianna, produtor de "Tieta", é cético em relação às barreiras linguísticas, pois acredita que, em co-produções com a França, a língua falada no filme seria a francesa. O governo brasileiro promete apenas regulamentar o novo acordo e, se possível, participar com mais incentivos. Texto Anterior: Produtora quer sequência Próximo Texto: Governo deve ajudar, diz Decaudaveine Índice |
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