São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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Bactéria resiste a antibióticos

DA REPORTAGEM LOCAL

Infectologistas ouvidos pela Folha disseram que, injetada no sangue de um doente, a bactéria Enterobacter cloacae causa uma infecção generalizada (septicemia) difícil de ser debelada.
Por ser muito resistente a antibióticos, a bactéria causa uma infecção que toma conta do organismo e provoca a chamada falência múltipla dos órgãos.
Ou seja, vários órgãos, como rins, pulmões e coração, param de funcionar e o paciente morre.
Presente no intestino das pessoas, onde é inofensiva, a Enterobacter sobrevive bem fora de seu meio natural. Por ser eliminada com as fezes, ela acaba contaminando as pessoas em situações de falta de higiene.
Portanto, onde existem pessoas há a bactéria e o risco de contágio. Os hospitais não são uma exceção. "A bactéria pode estar presente na mão de um funcionário ou num utensílio", afirmou Sônia Geraldes, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Mas basta manter procedimentos básicos de higiene, como lavar bem as mãos, para que não haja contaminação", diz o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas de São Paulo.
A Enterobacter e outras duas bactérias foram responsáveis pela morte de 20 dos 34 recém-nascidos que morreram ano passado no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista(RR). Na época, o então ministro da Saúde, Adib Jatene, chamou as bactérias de "germes da sujeira".

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