São Paulo, sábado, 29 de março de 1997
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Polícia teme novos suicídios nos EUA

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SAN DIEGO

A polícia norte-americana teme que aconteçam novos suicídios entre hoje e amanhã de seguidores da seita Heaven's Gate (Portão dos Céus).
Na quarta-feira, foram encontrados 39 mortos, 21 mulheres e 18 homens, numa mansão localizada no Rancho Santa Fé, subúrbio de San Diego, Costa Oeste dos EUA.
Eles pertenciam à Higher Source (Fonte Superior), grupo que criava sites de Internet. Segundo a polícia local, todos os indícios são de que as mortes foram causadas pela combinação da droga fenobarbital, álcool e asfixia. Até a tarde de ontem (noite no Brasil), 17 autópsias haviam sido completadas.
Marshall Applewhite, suposto líder do grupo, foi identificado ontem como sendo um dos mortos.
Em entrevista para a TV, em fevereiro de 1994, o ex-professor de música teria instruído seguidores do culto espalhados pelo país a se matarem três dias após o suicídio coletivo de San Diego.
"Há dois anos alguns membros da seita viviam em Tucson, Arizona. Eu mesmo já os entrevistei", disse Loman. "Não sei se continuam lá, mas parece que sim."
O produtor disse que a fita com as declarações de Applewhite já estão com a polícia.
O comandante Alan Fulmer, que conduz as investigações, afirmou que a polícia de San Diego já entrou em contato as do Arizona e do Novo México para procurar possíveis seguidores de Applewhite.
Fita
A rede de TV ABC exibiu a fita que o grupo enviou para um ex-integrante do culto anunciando o suicídio coletivo.
Na gravação, a maioria do integrantes aparece bem-humorada, alguns rindo. "Estou prestes a fazer lago que provavelmente este mundo considera a coisa mais terrível que uma pessoa possa fazer", disse um homem.
"Vamos passar para o próximo nível evolucionário acima do humano, pegando um veículo novíssimo que vamos usar no próximo nível", afirmou outro homem na fita.
Ele se referia a um objeto voador não-identificado que os integrantes da Heaven's Gate acreditavam estar atrás do cometa Hale-Bopp. Para o grupo, os corpos eram apenas "contêineres" temporários, e a morte os levaria a uma "vida melhor".
Os nomes de apenas duas das vítimas haviam sido divulgados até as 13h (hora local, 19h em Brasília). A polícia queria entrar em contato com as famílias das vítimas antes de liberar os nomes, e alguns dos parentes pediram que eles não fosse tornados públicos.

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