São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
TV digital se firma como o novo 'pote de ouro' da F-1
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Em funcionamento desde o GP da Alemanha do ano passado, o recurso permite ao telespectador acompanhar uma corrida de cinco perspectivas diferentes, além de dar acesso à cronometragem (veja quadro nesta página). Para o público alemão, o serviço custa US$ 18, o normal cobrado por um pacote de TV a cabo no país. É necessário, porém, um decodificador, que tem um preço mais salgado, cerca de US$ 530. Segundo Birgid Lutz, da emissora DF1, responsável pelo sistema na Alemanha e na Áustria, o Formula One Supersignal, como foi batizado o projeto, já tem 30 mil assinantes nos dois países. "Poderíamos ter muito mais. Mas é que o serviço ainda não está disponível por cabo, apenas por satélite", diz Lutz, se referindo às miniparabólicas, como no Brasil, uma relativa novidade. A partir deste mês, o sistema será ofertado também por cabo. "Com isso, nossa expectativa é superar um milhão de domicílios antes do final desta década", completa Lutz. E o público pode preparar o bolso, pois a tendência do esporte na TV deverá ser exatamente essa. Historicamente, as inovações introduzidas pela F-1 acabaram sendo absorvidas pelas outras modalidades. Nos 70, foi a profissionalização do patrocínio. Nos 80, a banalização das transmissões ao vivo, via satélite. Nos 90, a revolução será provocada pela TV digital. Na Alemanha, o futebol já se prepara para a experiência. O canal a cabo Premiere, que detém os direitos de transmissão do campeonato profissional, estuda as possibilidades da nova tecnologia. Planeja, por exemplo, deixar o telespectador escolher a partida que deseja assistir -na Bundesliga, a maior parte dos jogos de uma rodada acontece no mesmo dia e horário. O lucro esperado com esses novos formatos é tamanho que a F-1, divulgou-se nas últimas semanas, se prepara para lançar ações nas bolsas de valores de Nova York e Londres. Dessa forma, segundo analistas econômicos, os cofres da Foca, associação de construtores da categoria, poderiam absorver ainda mais US$ 4 bilhões. Outro efeito imediato já pode ser detectado nos carros. O investimento das emissoras envolvidas é tamanho que elas já se preocupam com os destinos do esporte. A emissora francesa Canal Plus, que pagou US$ 200 milhões pelo Supersignal, ajudou o tetracampeão Alain Prost a comprar a Ligier. O sonho da equipe francesa também significa audiência. Existe também o exemplo alemão. Entre os cinco patrocinadores que Heinz-Harald Frentzen levou para Williams, encontra-se justamente a DF1. O jornalista José Henrique Mariante está na Alemanha como bolsista do IJP (Internationale Journalisten-Programme) Texto Anterior: O grid de largada Próximo Texto: Como funciona o Formula One Supersignal Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |