São Paulo, domingo, 30 de março de 1997 |
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Carta aos espectadores brasileiros
AMIR LABAKI
A segunda, em 1988, já era o reconhecimento de um mestre. Ophuls, dessa vez, não deixou o prêmio escapar, ganhando fecho de ouro para sua "trilogia nazi" com "Hotel Terminus - Klaus Barbie, Sua Vida e Seu Tempo", sobre o carrasco de Lyon. Entre um e outro, a devassa da barbárie nazista motivara ainda "A Memória da Justiça" (1975), a respeito do julgamento de Nuremberg. O nazismo é o tema capital do cinema de Ophuls, mas sua câmera já abordou questões igualmente delicadas, como a guerra civil irlandesa ("A Sense of Loss") e a queda do muro de Berlim ("November Days"). Em seu mais recente filme, "Os Problemas Que Temos Visto" (1994), Ophuls adapta para a cobertura jornalística da guerra civil iugoslava a teoria de Philip Knightley, na qual a primeira vítima de todo conflito armado é a verdade. Filho de peixe (Max Ophuls, 1902-1957, de "Lola Montez"), em mais de meio século de documentarismo militante e humanista, Marcel Ophuls, 69, criou um estilo todo próprio. O próprio cineasta protagoniza seus filmes, como uma espécie de Sherlock da História. Entrevistador incansável, prova a todo momento o abismo entre memória e verdade. Ophuls vem ao Brasil no próximo mês, a convite da Folha e do 2º Festival Internacional de Documentário "É Tudo Verdade". O Mais! publica abaixo uma carta de auto-apresentação do cineasta ao público brasileiro. Texto Anterior: Luxo Próximo Texto: Carta aos espectadores brasileiros Índice |
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