São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Plano vai reunir 300 cientistas

DA AGÊNCIA FOLHA EM MANAUS

Até o ano 2000, cerca de 300 cientistas deverão estar trabalhando no projeto, que terá seis frentes de pesquisa. Ao todo, o LBA, orçado em US$ 50 milhões, deverá durar sete anos, cálculo feito a partir de 1996, quando o plano experimental foi elaborado.
Na frente de climatologia, os cientistas tentarão descobrir qual o verdadeiro papel da Amazônia no clima do globo.
A frente de estudos sobre ecologia vai estudar o papel da floresta no armazenamento e nas trocas de carbono com a atmosfera.
Os estudos relativos à química da atmosfera se concentrarão no papel da floresta na emissão e absorção de gases como metano e óxido nitroso, cuja concentração na atmosfera está relacionada com o efeito estufa.
A pesquisa sobre hidrologia avaliará a quantidade e a qualidade da água na bacia Amazônica, com o objetivo de verificar como os diferentes usos da terra influenciam o volume de escoamento do rio Amazonas.
Torres
Torres químicas e meteorológicas colocadas em pontos estratégicos vão coletar informações para as diferentes frentes de pesquisa do LBA.
As torres, colocadas perto de árvores, são capazes de medir alterações climáticas causadas por mudanças na cobertura vegetal, além da absorção e eliminação de gás carbônico e outros gases pela Floresta Amazônica.
Além das torres, aviões e helicópteros vão fazer coletas sistemáticas de dados em outros locais.
Satélites e aviões também vão coletar informações por meio de sensoreamento remoto.
Todos os dados serão sistematizados e integrados em computadores. Com isso, será possível criar modelos e traçar diferentes cenários para a Amazônia, mais realistas, pois vão levar em conta o modo de ocupação das diferentes áreas pelo homem.
Um dos objetivos do projeto é correlacionar os dados de satélite com censos estatísticos sobre a ocupação humana na Amazônia.
Entre os objetivos do LBA está, também, a formação de cientistas especializados na Floresta Amazônica.
Segundo o cientista Carlos Nobre, líder do projeto, o LBA prevê a formação de 60 novos doutores, especializados na região, durante o período de sua duração.
Para Antônio Nobre, do Inpa, um dos pesquisadores envolvidos, trata-se do maior projeto de pesquisas de mudanças globais já realizado até hoje na região.

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