São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Três são mortos na 7ª chacina do ano

DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD; DO NP

Três homens foram assassinados a tiros na madrugada de ontem na favela São Pedro, periferia de São Bernardo do Campo, no ABCD (Grande São Paulo).
Esta foi a sétima chacina do ano na Grande São Paulo. Pelo menos 20 pessoas morreram e quatro ficaram feridas nesses crimes.
Os corpos de Alexandre Reinaldo Barbosa, 18, Edi Carlos da Silva Souza, 20, e Marco Aurélio de Moraes da Cruz, cerca de 20 anos, foram encontrados num matagal na rua 28 de agosto, dentro da favela.
Nenhuma testemunha do crime havia se apresentado até ontem para prestar depoimento.
"Alguns moradores disseram que foram acordados com o barulho de vários tiros por volta das 4h. Mas eles afirmaram que não viram o que aconteceu e que não conhecem os responsáveis pela chacina", disse o delegado José Lemes Júnior, do 1º DP da cidade.
Nenhuma das vítimas tinha antecedentes criminais.
A chacina teria sido causada, segundo o delegado, por dívidas contraídas com traficantes, que têm atuação intensa na região.
"A presença dos traficantes nessa área também está inibindo o surgimento de testemunhas. É difícil que ninguém tenha visto o que aconteceu porque o local da chacina é próximo a alguns bares que estavam movimentados naquela hora", disse o delegado.
Os corpos foram encontrados espalhados em uma extensão de cerca de 20 metros. Isso indica, segundo o delegado, que as vítimas teriam sido emboscadas pelos assassinos e que teriam tentado fugir correndo. Os mortos levaram tiros na cabeça, costas e tórax.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal da cidade e serão enterrados hoje, em São Bernardo.
Dois mortos
O mecânico Jonas Marques Mendes, 29, e o cabeleireiro Luís Rogério dos Santos Chagas, 27, foram mortos a tiros na saída de uma festa ontem, à 1h30 da madrugada.
Mendes, que trabalhava na indústria Villares, e Chagas foram encontrados baleados na rua Francisco Alfredo Clemente, Americanópolis (zona sul).
Ninguém da festa ouviu os tiros. Casado, Mendes não tinha passagens pela polícia.
"Ele não tinha vício nenhum e era uma grande pessoa", disse um parente de Mendes, que não quis se identificar.

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