São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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HSBC Bamerindus quer novas agências

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo HSBC Bamerindus abre as portas hoje à clientela do velho Bamerindus ciente de que o sistema bancário brasileiro está encolhendo. Mesmo assim, a instituição caminhará na contramão do mercado e ampliará sua rede de agências para crescer ainda mais, assegura seu presidente, Michael Geoghegan.
"Muitos me perguntam se vamos fechar agências. Minha visão é um pouco diferente da de outros banqueiros. Vamos abrir mais agências ainda, pois achamos nossa rede muito pequena em São Paulo e no Rio de Janeiro e tenho a intenção de crescer mais nessas regiões e no resto do país", afirmou Geoghegan à Folha, ontem à tarde, pouco antes de assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos.
O HSBC Bamerindus nasce com 1.206 agências e 4.652 pontos de atendimento em 812 municípios. A praça de São Paulo tem cerca de 300 agências e a do Rio, 100. Ampliar a presença nessas regiões significa, para o novo banco, sediado em Curitiba (PR), aumentar a concorrência direta com os dois gigantes "locais", Bradesco e Itaú.
Geoghegan lembrou que, quando o HSBC comprou o Midland Bank, no Reino Unido, em 92, todos pensaram que o maior banco inglês de varejo fosse fechar agências. Mas isso não aconteceu. Por um simples motivo: "As pessoas gostam de ir à agência em que têm conta. Investimos pesado no atendimento por telefone, mas ele só funciona se houver uma grande rede de filiais e de caixas eletrônicos", disse o executivo.
Tranquilidade
O presidente do HSBC Bamerindus passará o dia de hoje percorrendo agências do banco no Paraná. À tarde, virá para São Paulo. Geoghegan disse que está "tudo pronto" para o primeiro teste do novo banco. Ele espera que os depósitos superem os saques.
"Este é o banco mais capitalizado e mais forte do Brasil. Nesse período de dificuldades do sistema bancário brasileiro, é bom para nossos clientes saberem que têm o suporte de uma instituição com um capital de US$ 40 bilhões."
O HSBC vai prosseguir a estratégia de popularização que manteve de pé o Bamerindus durante os últimos dois anos de crise, que culminou na intervenção do Banco Central, na quarta-feira passada. O assédio aos pequenos poupadores será intensificado, pois eles serão "os milionários de amanhã".
"De tempos em tempos perguntamos aos milionários de Hong Kong, onde ganhamos a maior parte do nosso dinheiro, como eles começaram. Todos dizem que foi com uma poupança no HSBC", disse Geoghegan.
O HSBC Bamerindus espera obter a longo prazo o retorno do investimento em patrocínio na equipe Stewart Ford, do piloto brasileiro Rubens Barrichello. O banco apostou US$ 45 milhões nos cinco primeiros anos da equipe.
"Esperamos subir ao pódio em dois anos e não achamos que vamos vencer antes de três anos", disse à Folha o veterano piloto Jackie Stewart, patrão de Barrichello, que não terminou o GP do Brasil.

LEIA MAIS sobre o HSBC Bamerindus às págs. 2-3 e 2-4

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