São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Aluno abre loja e se dá bem

AUGUSTO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele faz o 2º ano de administração e já tem uma loja de roupa masculina. Rodrigo Murari Pace, 22, é o personagem desta semana da série sobre mercado de trabalho.
Em janeiro deste ano, Rodrigo inaugurou, junto com a sócia Patricia Szabo Coda, a Autowear & Griffes, uma loja que vende roupas de marcas importadas de Nova York, no estilo "mauricinho".
"Aluguei um apartamento que o meu avô me deu de presente e, mais a ajuda financeira dos meus pais, consegui dinheiro para alugar o ponto e investir no negócio."
O "ponto" é o andar de cima da loja da sua tia, no Itaim (zona sul de São Paulo), que vende confecção feminina. "Nós dividimos o aluguel do imóvel, de R$ 1.200."
Ele mesmo escolhe as roupas em viagens a Nova York. "Depois, o meu primo, que tem um escritório em Miami, cuida dos trâmites legais para a importação."
A divulgação da loja é feita na base do boca-a-boca. "Fico na loja na parte da manhã, das 8h30 até 12h30. Nesse tempo, ligo para os amigos e falo das novidades." Para Rodrigo, esse é o melhor meio para obter clientes. "Se alguém gosta, chama um amigo."
Aplicação da teoria
Rodrigo conta que já aplica na administração da loja vários conhecimentos adquiridos na universidade. "Apesar de ter um contador, uso muito de contabilidade. Além disso, aprendi na disciplina administração de sistema de informação a usar programas de cadastramento de clientes, formas de pagamento, a parte de juros."
Ele ainda não contabilizou quanto tira por mês, mas diz que há lucro. "A mercadoria é de ótima qualidade, dá um bom retorno."
O lucro é todo reaplicado na loja. "Não dá para usar com gastos pessoais, pois, apesar da ajuda financeira dos meus pais, comecei com pouco dinheiro."
Entre setembro e dezembro do ano passado, Rodrigo fez estágio na área de propaganda e marketing nas empresas RSBV e Centrum. Mas garante que dirigir o próprio negócio propicia um aprendizado bem maior.
"Você aprende sozinho, batendo a cabeça e vivendo as circunstâncias do dia-a-dia. É melhor do que já ter tudo mastigado em uma empresa", explica.
Mas, conta, o estágio rendeu frutos. "Hoje sei tudo sobre contato com cliente, mídia, como colocar anúncio em rádio e TV. No futuro, quando expandir os negócios, vai ser muito útil."
Outra vantagem de ter o próprio negócio, segundo ele, é não ter de lidar com dinheiro dos outros. "Sei quando devo economizar e controlo meus gastos", diz. Além disso, diz que ficou mais responsável depois que assumiu a loja.

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