São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
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Fujimori descarta solução rápida

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Peru, Alberto Fujimori, descartou ontem a possibilidade de uma solução rápida para a crise dos reféns sequestrados por rebeldes do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA), em Lima.
Em entrevista a uma emissora de TV peruana, Fujimori reiterou que não pretende aceitar as exigências dos rebeldes. A libertação de 460 membros do MRTA presos em cadeias peruanas é a principal reivindicação dos rebeldes que em 17 de dezembro do ano passado tomaram a residência do embaixador do Japão em Lima.
Apesar de informações que circularam na imprensa local sobre uma possível saída para a crise durante o feriado religioso da Semana Santa, Fujimori esclareceu que ainda são necessárias várias reuniões entre o governo e os rebeldes para se alcançar alguma solução para a crise.
Segundo o presidente, o governo está consciente de que as negociações não se aproximaram de uma solução "porque não existem condições para tal".
"Estamos preparando o terreno para que seja realizado um encontro entre Néstor Cerpa (líder dos rebeldes) e o ministro Domingo Palermo (interlocutor oficial) já com alguns acordos previamente aceitos pelas partes, para que não haja mais adiamentos", disse Fujimori.
Uma comissão de garantes está preparando as condições para a retomada das negociações, suspensas desde 12 de março.
Segundo versões da imprensa local, a fórmula da solução em estudo prevê a saída do comando para Cuba e a anistia para alguns membros do MRTA presos, mas não para todos os rebeldes prisioneiros.
Ao referir-se a outras reivindicações do MRTA, como a revisão de sentenças exageradas ou injustas, Fujimori disse que "os direitos legais dos presos estão sendo respeitados, de modo que, se algum inocente tenha sido condenado, o caso pode sofrer revisão, mas, se for culpado, deve cumprir sua condenação".
Fujimori declarou que nos próximos dias o governo deve libertar um número ainda indeterminado de presos, acusados injustamente de atos de terrorismo, mas descartou que essas libertações tenham a ver com as negociações com o MRTA.
A respeito do estado de saúde dos reféns, Fujimori disse que "fisicamente, estão bem", mas que, naturalmente, a tensão psicológica pode estar causando danos à saúde dos reféns, pois já se encontram há mais de cem dias em cativeiro.

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