São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Unicamp dá nova versão para morte de comerciante pela PM

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

A Unicamp divulga hoje um laudo pericial que contradiz a Polícia Militar no caso da morte do comerciante Osvaldo Manoel da Silva, ocorrida em Santo André no dia 1º de fevereiro.
Segundo a Folha apurou, o laudo da Unicamp traz elementos contraditórios em relação à versão oficial da PM e ao laudo já divulgado pelo Instituto de Criminalística de São Paulo.
Os detalhes serão conhecidos hoje, às 10h, quando a universidade apresentará sua versão -encomendada pelo Ministério Público.
Silva, 28, foi morto por policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), uma unidade de elite.
Ele dominava armado, em sua casa a mulher, Márcia dos Santos Silva, e aparentava descontrole. A negociação com o Gate durou três horas, sem sucesso.
Sons
A análise feita pela Unicamp se restringe aos sons dos disparos efetuados e a posição de quem atirou. Deve esclarecer dados relativos ao número de tiros disparados pela PM e pelo comerciante.
A PM diz que Silva tentou reagir à ação do Gate, o que teria levado à sua morte. Para a família do comerciante, as imagens de TV mostrando policiais imobilizando um Silva vivo provam que ocorreu a execução do comerciante.
Silva levou três tiros, dois de metralhadora com silenciador e um de revólver calibre 38. Segundo a versão do IC (Instituto de Criminalística), o tiro fatal não foi disparado dentro da casa.
Esse e outros pontos serão discutidos pelo laudo da Unicamp, elaborado pelo Laboratório de Fonética Forense.
O laudo incluiu duas simulações no local da morte e no túnel de tiro da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) em São Paulo. Cinco peritos fizeram parte do trabalho.
A simulação está copiada em seis fitas de vídeo, que acompanham três vias do laudo de 150 páginas.
Também foram analisadas três fitas de vídeo que continham os sons dos disparos e imagens da ação. Duas são de particulares e uma de uma emissora da televisão.
Uma cópia de todo o processo também será remetida para a PM, que instaurou inquérito policial-militar sobre o caso.

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