São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997 |
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Lixeiros entram em greve às 5h de hoje
ROGÉRIO GENTILE
Com a paralisação, cerca de 12 mil toneladas de lixo deixarão de ser recolhidas por dia na cidade. O movimento vai atingir também os municípios de Cotia, Embu, Osasco e o ABCD, cidades onde outras 2.000 toneladas são recolhidas por dia. Os lixeiros querem um aumento salarial de 20%. O sindicato patronal oferece 8,98%. Hoje, um coletor recebe R$ 303,60 e um varredor, R$ 255,20. A categoria exige também a diminuição da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e convênio médico gratuito (hoje os lixeiros sofrem desconto de 2% a 8% no salário). Cerca de 12 mil pessoas trabalham na varrição e na coleta de lixo em São Paulo. Segundo o sindicato dos lixeiros, cerca de mil pessoas participaram da assembléia. Piquetes Sindicalistas deverão fazer piquetes nas entradas das quatro empresas responsáveis pelo recolhimento do lixo -Vega-Sopave, CBPO, Cavo e Enterpa. Uma nova assembléia de trabalhadores deverá ser realizada às 17h de hoje. Manoel Ribeiro Chaves, diretor do sindicato dos trabalhadores em empresas de asseio, conservação e limpeza urbana, diz que "a greve é a única forma de pressionar as empresas, que ganham absurdos com o lixo recolhido". As empresas, contudo, afirmam que já ofereceram o limite de suas possibilidades. "A proposta é ótima e está de acordo com o IPC-Fipe dos últimos 12 meses. Não temos como oferecer mais", afirmou o presidente do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo), Augusto de Carvalho Alves. O presidente diz que o recolhimento do lixo é um serviço essencial e que não pode ser totalmente paralisado. "Pelo menos os coletores deveriam trabalhar. É uma questão de saúde pública", diz. Carvalho Alves afirma que poderá entrar na Justiça para tentar garantir o recolhimento parcial do lixo na cidade. Texto Anterior: Gaúcho ganha prêmio da Supersena sozinho; Chuvas deixam 20 mil desabrigados no PA Próximo Texto: Lixo não deve ir para a rua Índice |
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