São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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REPERCUSSÃO

Nelson Jobim, ministro da Justiça - "As imagens mostradas ontem pelo 'Jornal Nacional' sobre violência de policiais militares em Diadema são monstruosas e chocantes. As cenas revelam um caso isolado, que não reflete a maneira de a corporação militar atuar, mas que deve ser combatido com veemência. Tenho certeza de que essas atitudes violentas não ficarão impunes, principalmente porque o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), e seus auxiliares são pessoas engajadas na luta de defesa dos direitos humanos. O lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos, em maio de 96, é a prova de que o governo federal não admite abusos praticados por policiais no exercício de suas funções."

Hélio Bicudo - deputado federal (PT-SP) - "As cenas mostradas representam a prova de que o projeto original (projeto de autoria do deputado, modificado pela Câmara e pelo Senado, que transfere da Justiça Militar para a comum os crimes praticados por militares em atividades de policiamento) precisa ser aprovado. Os crimes praticados fora dos quartéis são crimes comuns. Os autores dos homicídios serão julgados pela Justiça comum, mas os casos de agressão cotinuarão na Justiça Militar."

Guido Andrade, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo - "Essas cenas mostram uma aberração indescritível. Isso é fruto da certeza de impunidade e do desejo de parcela da corporação em denegrir a imagem da polícia. Tenho certeza que daqui a um ano eles não serão punidos."

Ricardo Balestreri, presidente da seção brasileira da Anistia Internacional - "O comando da PM deve dar um exemplo punindo exemplarmente os autores dessa barbaridade para que isso nunca mais volte a acontecer. Fatos como esse são reflexos da falta de preparo dos policiais. Eles ganham mal, são mal selecionados e mal assistidos."

Padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal do Povo de Rua de São Paulo - "A Igreja Católica vê essas imagens com repulsa, indignação e solidariedade às famílias dessas vítimas. Vimos uma cena aguda que demonstra uma doença na corporação PM."

Luiz Antonio Marrey, procurador-geral de Justiça de São Paulo - "Nenhum tipo de violência pode ser admitida, muito menos aquela praticada por agentes do Estado."

Tenente-coronel Jairo Paes de Lira, comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Choque e ex-subcomandante da Corregedoria da Polícia Militar - "A Polícia Militar não compactua com esse tipo de atitude. Eles serão punidos criminalmente e disciplinarmente. Em 40 dias eles serão expulsos da polícia. Posso garantir que na Polícia Militar não existe corporativismo nem impunidade."

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