São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Julgamento de McVeigh começa lento

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O julgamento de Thimothy McVeigh, principal acusado pelo atentado que matou 168 pessoas em Oklahoma City em 19 de abril de 1995, começou ontem em ritmo lento. Dos 354 potenciais jurados escolhidos para compor o júri, apenas quatro foram interrogados pela promotoria e pela defesa.
A fase de escolha dos 12 jurados e seis reservas estava prevista para durar de três a quatro semanas. Mas, se os advogados continuarem levando tanto tempo com cada candidato, o prazo será maior.
Só 75 dos quase 5.000 parentes das vítimas da explosão estiveram presentes aos trabalhos de ontem. Pela primeira vez na história da Justiça federal norte-americana, câmeras de TV estão presentes no tribunal em Denver, Colorado, onde McVeigh está sendo julgado.
Elas transmitem em circuito fechado para dois auditórios, onde os parentes dos 168 mortos e mais de 500 feridos podem ser acomodados. Um fica no prédio do tribunal, o outro, em Oklahoma City.
McVeigh, 28, se declarou inocente das acusações. Seu advogado, Stephen Jones, 56, tentou adiar o início do julgamento sob a alegação de que jornais publicaram pretensas confissões de seu cliente a ele. Jones nega que McVeigh tenha admitido o crime e argumenta que a publicação prejudica as chances de ele ser julgado com isenção.
O juiz do caso, Richard Matsch, 66, recusou o pedido e uma corte de recursos sustentou sua decisão. Matsch, que em 1987 condenou dois supremacistas brancos a 150 anos de cadeia pela morte de um radialista judeu, antes resolvera mudar o local do julgamento para cerca de 1.000 km de distância de Oklahoma City, com o objetivo de garantir a composição de um júri que fosse imparcial.
O promotor público que acusa McVeigh, Joseph Hartzler, 46, não dispõe de testemunhas visuais da presença do réu em Oklahoma City no dia da explosão.
Sua principal testemunha será Michael Fortier, amigo de McVeigh, que deverá dizer ter levado o réu para Oklahoma City e ter ouvido dele a expressão do desejo de explodir o edifício do serviço público federal da cidade.
Um amigo de McVeigh, Terry Nichols, é acusado de cumplicidade na explosão. Mas ele vai ser julgado em outra data. Nichols não pode ser obrigado a testemunhar no julgamento de McVeigh e não se espera que ele o faça.
Segundo relato de pessoas presentes no tribunal ontem, McVeigh acompanhou o julgamento sem demonstrar emoções. Seu pai, William, estava presente e parecia tenso. Medidas extraordinárias de segurança foram tomadas para proteger o tribunal.
(CELS)

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