São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997 |
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Formiga provoca perdas altas no campo
VERENA GLASS
Elas são uma das principais pragas da agricultura brasileira, e estão presentes em todas as regiões do país. No Brasil, devido à diversidade de clima, solo e vegetação, há a ocorrência de aproximadamente 50 espécies de cortadeiras. Elas atacam qualquer cultura (de pastagens a reflorestamentos) e têm característica de praga endêmica, não podendo ser exterminadas, apenas controladas. Segundo o engenheiro florestal José Luís Maia, da Duratex Reflorestamentos, uma das principais dificuldades enfrentadas no controle das formigas cortadeiras é o pouco conhecimento sobre os mecanismos que definem a organização do formigueiro. Durante muito tempo, o controle das cortadeiras foi feito por meio de aplicação de inseticidas à base de organoclorados (DDT, Aldrin, etc) com resultados satisfatórios. Devido à alta toxicidade destes produtos, porém, o governo brasileiro proibiu o seu uso em 1992. A partir deste momento, começou uma corrida contra o tempo na busca de novas formas e produtos para controlar a formiga. Com a proibição do uso dos organoclorados, as indústrias químicas estão investindo em pesquisas com custos de até US$ 30 milhões na busca de alternativas que tenham uma eficácia aproximada à dos produtos proibidos. O professor do departamento de defesa fitossanitária da Unesp de Botucatu, Luís Carlos Forti, diz que os inseticidas líquidos e em pó não têm demonstrado eficiência. Prejuízos Pequenos agricultores do Rio Grande do Norte tiveram prejuízos superior a 85% na última safra por causa do ataque de formigas. A área atacada chega a 100 mil ha na região serrana, onde as principais culturas são, mandioca, caju, feijão e milho. Outras culturas preferidas pelas formigas são os reflorestamentos de pinus e eucalipto, a cana e a citricultura. Mas as pastagens também sofrem com o ataque de formigas. Uma infestação pode comprometer até 50% do pasto ou diminuir em 30% o número de cabeças de gado que a área pode suportar. Um ataque no período pós-plantio, por exemplo, quando as mudas ainda estão mais vulneráveis, pode causar uma perda de 100% da lavoura. Texto Anterior: Baixa reserva hídrica afeta lavouras de sequeiro em SP Próximo Texto: Pequenas áreas usam controle biológico Índice |
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