São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Game interativo da MTV expõe limitações

"Garganta e Torcicolo" estreou ontem

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
EDITOR DO TV FOLHA

A estréia do game interativo "Garganta e Torcicolo no Paraíso das Ovelhinhas", ontem à noite na MTV, mostrou as possibilidades e as limitações do programa. A participação de roqueiros de bandas como Baba Cósmica e Titãs, entre outras, foi uma boa saída para apresentar o jogo à audiência.
Pela fórmula do game, dois telespectadores são sorteados para participar do jogo comandando os personagens -os monstros Garganta e Torcicolo- por meio das teclas do telefone. Isso tornou possível ver Fernanda Takai, da banda Pato Fu, disputar uma partida de sua casa em Belo Horizonte com o vocalista Roger do "Ultraje a Rigor", em São Paulo.
O problema é que, por mais legal que sejam os efeitos e os cenários virtuais, só alguém que goste muito de games aguenta ficar assistindo às disputas entre as duplas de jogadores sorteados. Para piorar, todo "gamemaníaco" que se preze com certeza já viu tecnologias e imagens muito mais interessantes -o que torna difícil e improvável acreditar na fidelidade desse tipo de telespectador.
A saída para tornar o programa mais atraente é investir no carisma do mediador do game, João Gordo. Na estréia, ele estava bem à vontade e protagonizou diálogos engraçados com os monstrinhos e com os participantes -apesar de Dinho Ouro Preto ter ficado meio indignado ao ser chamado de "Dinho do Capital Inicial".
Outra coisa que poderia tornar menos massante o ato de assistir ao game seria deixar o áudio aberto no telefone dos participantes. Assim os telespectadores poderiam sentir a emoção dos jogadores, ouvindo-os xingar, vibrar e torcer.

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