São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Combate ao tráfico em Diadema é praticamente 'zero'
RICARDO FELTRIN
A situação se agrava pelo fato de Diadema -uma das cidades mais violentas do Estado- não ter uma seccional específica, como ocorre em outros municípios do ABCD. Diadema está incluída na Seccional de São Bernardo. Os números da Polícia Civil: em 1995, foram apreendidos 13 quilos de maconha e 208 gramas de cocaína em São Bernardo e Diadema. No ano passado, a apreensão de drogas nesses dois municípios foi ainda menor: 413 gramas de maconha e 162 gramas de cocaína. Para efeito de comparação, o Denarc apreende, em média, 1.000 quilos de cocaína e 2.000 quilos de maconha por mês. Nova seccional A Folha apurou que o governo estadual e parte da cúpula da polícia agora estudam a criação de uma delegacia seccional em Diadema. Essa idéia deverá ser discutida no próximo final de semana em reunião Polícia Militar, que acontecerá no Guarujá. A necessidade de implantar a Seccional Diadema foi reforçada com a gravação em vídeo do espancamento e morte de civis, por policiais militares. Outro fato estatístico que deve levar à nova seccional é o aumento generalizado de crimes em Diadema nos últimos dois anos. Em 1995, houve 238 assassinatos na cidade. No ano passado foram 297. Um acréscimo de 25%. O número de roubos também tem aumentado. Se em 1995 foram 813, em 1996 houve 899 ocorrências desse tipo (aumento de 11%). O recorde de aumento de crime ocorreu na categoria furto e roubo de veículos: 1.051 ocorrências em 95 e 1.634 casos no ano passado -um aumento de 55%. Somente em janeiro e fevereiro deste ano, a cidade já registrou 41 homicídios. Nesse mesmo período já foram registrados 217 furtos e roubos de veículos, 11 roubos e 160 furtos. Droga para o litoral Segundo informações obtidas pela Folha junto a um investigador da Seccional São Bernardo -que pediu para não ser identificado-, a Favela Naval, onde ocorreu o caso dos PMs é o principal ponto de venda de droga no varejo em Diadema. Segundo o diretor da Divisão de Investigação do Denarc, Marco Antonio de Paula Santos, é provável que a cidade seja hoje um ponto de escoamento de drogas para o litoral paulista. O motivo, segundo ele, seria a sua localização geográfica, porque a cidade faz divisa com a região sul de São Paulo (uma das mais violentas do Estado) e por dar acesso fácil às vias Anchieta e Imigrantes. Texto Anterior: CPI tem comandante do massacre dos 111 Próximo Texto: Oficial preso é ligado a empresa de segurança Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |