São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Banco do Brasil tenta 'limpar' seu balanço
SHIRLEY EMERICK
O capital do banco é de R$ 16,313 bilhões, mas o prejuízo acumulado nos exercícios de 95 e 96 chega a R$ 11,252 bilhões. A intenção dos diretores é abater do capital o prejuízo verificado nesse período. Serão reduzidos também R$ 526 milhões de reservas de capital. Assim, o BB passará a ter um capital social de R$ 5,587 bilhões. Essas mudanças têm o objetivo de "limpar" o balanço do banco. Distorção "A medida tem por objetivo eliminar a distorção gerada por prejuízos de origem estrutural', informa a nota oficial publicada nos jornais de ontem. É que, com prejuízo registrado no balanço, mesmo que o banco obtenha lucros nos próximos semestres, os acionistas não teriam nenhum benefício com esses resultados. Para o recebimento dos dividendos, o lucro acumulado teria que zerar os R$ 11,252 bilhões de prejuízo. Fazendo a redução do capital, o banco poderá dividir os lucros que obtiver já a partir do resultado deste semestre. Essa proposta será apresentada à AGE (Assembléia Geral Extraordinária) na próxima reunião, no dia 23 deste mês. O patrimônio líquido do banco continuará o mesmo: R$ 5,592 bilhões. Em janeiro, o BB apresentou um lucro de R$ 25,5 milhões e, em fevereiro, o resultado ficou positivo em R$ 25,1 milhões. Estímulo O banco está preparando também um estudo para adotar medidas de estímulo ao aumento de capital por parte dos acionistas minoritários. No ano passado, o Banco do Brasil fez uma capitalização de R$ 8 bilhões. A diretoria resolveu aumentar as reservas para créditos duvidosos e zerar todas as pendências financeiras. Com esse aumento de capital, os acionistas teriam que também investir quase cinco vezes o valor que tinham em ações para manter a posição. Só que, com o desgaste da imagem da instituição, poucos acionistas aumentaram seu capital. Com isso, o Tesouro teve que bancar uma ajuda maior do que a esperada e fez um aporte de R$ 6,9 bilhões. A idéia do banco é fortalecer a imagem da instituição e atrair investimentos dos minoritários. O estudo deve ser apresentado pelo diretor de Finanças, Carlos Caetano, ao Conselho de Administração até o final deste semestre. Texto Anterior: Venda de telefone pára em 1º de julho Próximo Texto: Varig e United assinam acordo para cooperação operacional Índice |
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