São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Sem assumir, Telê deixa o Palmeiras
FÁBIO VICTOR
A pedido da família do treinador, o clube rescindiu o termo de compromisso firmado com Telê em janeiro, que iria até o fim do ano. Márcio Araújo, que vinha exercendo o cargo interinamente, será efetivado e assina nos próximos dias um contrato até dezembro. Telê nem sequer chegou a assumir o comando do Palmeiras. Em janeiro, assistiu a um treino. O seu filho Renê Santana procurou ontem de manhã o diretor de esportes da Parmalat, José Carlos Brunoro, e o presidente do Palmeiras, Mustaphá Contursi, para comunicar a decisão. Telê, 65, se recupera de uma isquemia cerebral (redução localizada de irrigação sanguínea) e a família acha que ele ainda não está em condições de retomar as atividades de treinador. Segundo Renê, a decisão foi do próprio Telê, após reunião com a família, que dissuadiu-o da idéia de voltar ao Palmeiras em abril. "A família não está no nível de decidir por ele. Influenciamos em algo que ele viu que seria melhor." Amigo pessoal de Telê e ex-procurador do treinador, o empresário Carlos Caboclo considerou a decisão acertada. "Pelo que eu via, sua volta agora seria prematura. Ele ainda precisa de alguém para auxiliá-lo nas caminhadas e não está totalmente recuperado", disse Caboclo. Atribuições O Palmeiras achava que, desde fevereiro, Telê já tinha condições de exercer a função de coordenador técnico do clube, trabalhando ao lado de Araújo, mas com atribuições mais deliberativas, sem envolver-se diretamente com o cotidiano do time. "A função do Telê nesse primeiro momento seria uma função 'light"', disse Brunoro. Mas o treinador, por estar em tratamento e ter ressalvas, naquele momento, ao cargo de coordenador, resistiu em vir para São Paulo (ele vive em Belo Horizonte). Embora queira transparecer que não desistiu de Telê como treinador, o Palmeiras reduziu a possibilidade, ao contratar Araújo até dezembro, de tê-lo no clube este ano. Telê, por sua vez, diz querer voltar no segundo semestre. Nesse caso, os dois comandariam juntos a equipe, Márcio como treinador, Telê como coordenador técnico -à maneira da parceria entre Parreira e Zagallo na Copa de 94. "Sempre gostaríamos de contar com uma pessoa como o Telê e as portas do Palmeiras estão abertas para ele", disse Brunoro. O diretor de futebol do Palmeiras, Sebastião Lapola, confirma as palavras de Brunoro, mas não comenta o futuro de Telê no clube. "Não posso responder sobre hipóteses. Na hora que ele vier iremos pensar." Nos quase três meses de interinidade de Araújo, ele e Telê pouco se falaram. "Acho que liguei umas cinco vezes para o 'seu' Telê, que não é de falar muito. Mas cada opinião emitida por ele merece ser meditada", disse Araújo. Próximo Texto: Saída é apelo de familiares Índice |
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