| São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Estudam e trabalham há 6 anos
FABRIZIO RIGOUT
Agora pense como seria seu dia assim, igual ao deles. Você acorda às seis da manhã. Estuda, almoça, ensaia. Viaja, faz dois programas de TV e volta de perua para casa. No fim da tarde, não pode ter olheiras nem sujeiras porque no dia seguinte uma multidão vai assistir você cantar. Troca de roupa dez vezes. Chega sorrindo, sai sorrindo, faz as crianças felizes. Volta fazendo lição no ônibus ou no avião. Todos os dias. Tem artista que faz isso só por obrigação. Outros fazem por vocação. Os cantores Junior, 12, e Sandy, 14, passaram a infância vendo o pai, Xororó, na rotina de astro sertanejo. O exemplo serviu para que eles encarassem a vida artística como normal. Gravaram o primeiro disco há seis anos e querem continuar cantando pelo Brasil. A recompensa deles é um salário bem maior do que a mesada que você ganha. Umas 500 vezes mais. Mas vivem e trabalham com a simplicidade de quem não espera nada em troca. É claro que, como artistas, dependem do público. Sua alegria é movida a energia positiva de milhares de fãs. Apesar de Sandy ser tão amada, não se deixa tomar pela vaidade. Lição aprendida com Xororó, que começou a carreira pobre e sabe que trabalho e estudo são mais importantes do que fama. Sandy lembra que certa vez não quis participar do "Xou da Xuxa" para não faltar à escola e deixar de ganhar um ponto extra. Tinha nota nove e queria dez. Ultimamente, Junior tem tocado violão. Aprendeu só olhando o pai tocar. É o estilo da família. As coisas acontecem naturalmente, sem pressão. Parece mentira, mas os pais juram que nunca insistiram para que Sandy e Junior se tornassem cantores. Texto Anterior: Um monte de idiotas se divertem na farra do boi Próximo Texto: Sandy começa a ouvir Elis Regina Índice |
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