São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Swinging London foi o "terremoto jovem"

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

O grande hype da mídia no momento é fazer associações da atual conjuntura londrina com a "Swinging London" dos anos 60. Do mesmo modo como a mídia da época se deleitava.
A expressão (mal traduzida por algo como a Londres que balança) foi criada pela sacerdotisa do estilo Diana Vreeland, então a toda poderosa da revista "Vogue".
Como agora, o que importava era a cultura jovem, no que Vreeland batizou de "youthquake", ou terremoto jovem. Por sua vez, Vreeland fazia suas associações com os anos 20, período da revolução modernista.
Na Swinging London, imperavam novas idéias de moda, estilo, música e comportamento, junto a um imbatível casting de personagens que acordava de manhã para fazer história: Marianne Faithfull, Twiggy (a Kate Moss de então) e John Lennon, para dizer apenas alguns nomes.
A legitimidade e o frescor das pessoas fizeram com que a moda assumisse a força das ruas -agora, não apenas quem tinha dinheiro tinha estilo, mas todos os estratos da sociedade.
Imperavam os grupos da contracultura e os novos ídolos da mídia, como os modernos mods (de modernists, que também já tiveram seu revival há coisa de duas temporadas). O fotógrafo David Bailey (como hoje os novos David Sims e Corinne Day, por exemplo) retratou toda essa juventude especial. Talvez a imagem-ícone do momento seja a célebre foto de Mick Jagger, com os lábios semi-abertos.
A King's Road e, sobretudo, a Carnaby Street eram símbolos daquele período, com a loja da marca Mary Quant infestando a cidade -e o mundo- com sua minissaias. Hoje, virou ponto de turistas e nem de longe lembra seu glamour original. Agora, foi comprada para tentar recuperar seu poder, na esteira do troca-troca 60/90. É como se dizia na época e ainda hoje: "Mind the gap" (Cuidado com o buraco).

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