São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Disco duplo faz homenagem a Pixinguinha
FERNANDA DA ESCÓSSIA
Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha (1897-1973), autor de sucessos como "Carinhoso" e "Rosa", é considerado o inventor da orquestração brasileira na fase de estruturação da MPB e o maior músico nacional na primeira metade do século. O álbum, que é produzido por Hermínio Bello de Carvalho e será lançado pela Som Livre, terá um CD com 14 faixas instrumentais e outro com 14 canções de Pixinguinha interpretadas por Caetano Veloso, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Nana Caymmi e Ney Matogrosso, entre outros. "Carinhoso", a composição mais famosa de Pixinguinha, ganhou nova versão na voz de Nana Caymmi. Composta nos anos 20, a música passou 14 anos sem letra, até que o compositor João de Barro -o Braguinha- criasse os versos para atender a um pedido da cantora Heloísa Helena. Mistério Caetano gravou "Rosa", a canção sobre cujos versos paira um mistério: até hoje não se encontraram rastros do autor da letra, Otávio de Souza. "Nunca conseguimos localizar descendentes dele", afirma Sérgio Cabral, biógrafo de Pixinguinha e autor do texto de abertura do álbum. "Fala Baixinho", parceria de Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho, foi gravada por Maria Bethânia. Outra parceria com Hermínio, "Vou Vivendo", virou um dueto nas vozes de Sérgio Ricardo e Cristina Buarque de Hollanda. Campeonato O grupo Arranco de Varsóvia gravou "Um a zero", chorinho para flauta composto por Pixinguinha em 1919. O nome foi tirado do placar da final do campeonato sul-americano, quando o Brasil conseguiu um título inédito depois de vencer o Uruguai. "O gol de Friedenreich só veio na segunda prorrogação, e Pixinguinha levou para o choro toda a ansiedade do jogo. De tão difícil, o choro passou anos sem ser gravado", conta Sérgio Cabral. Chico Buarque e o grupo MPB-4 gravaram "Lamento", outro clássico do compositor, e Simone ganhou o acompanhamento do violão de Baden Powell para cantar "Ingênuo". Ney Matogrosso gravou "Página de Dor". O CD instrumental contém gravações antigas das composições de Pixinguinha arranjadas e interpretadas por Antonio Carlos Jobim, Radamés Gnatalli, Hermeto Paschoal e Jacob do Bandolim. O próprio Pixinguinha também "fala": um trecho de seu depoimento ao MIS (Museu da Imagem e do Som) foi reproduzido e inserido no CD instrumental. O álbum passou por uma remontagem técnica e está em fase de acabamento. Texto Anterior: Em Cabo Frio o que era bom acabou Próximo Texto: Biografia será ampliada e relançada Índice |
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