São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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Bandeirantes assina contrato sob pressão
MATINAS SUZUKI JR.
Até ontem à tarde, a Bandeirantes insistia em não assinar o contrato. Após muita pressão da rede Globo e diante do fato de o Clube dos 13, em reviravolta, quase ter assinado com o SBT, que estava ontem na sede da CBF com o cheque de US$ 23 milhões pronto, a Bandeirantes foi obrigada a assinar. Bandeirantes e Globo têm visões diferentes sobre a quantia que cada uma vai desembolsar para pagar ao Clube dos 13 os US$ 50 milhões pelos direitos do Brasileiro de 97. A Bandeirantes entende que a partilha do custo dos direitos deve ser proporcional à audiência de cada uma das duas televisões. A rede Globo não concorda. O contrato assinado ontem vale para a TV aberta, mas ainda fica pendente a questão das TVs fechadas. A Bandeirantes não entende que os direitos para a TV por assinatura sejam da Globosat. O direito de preferência para as TVs abertas era da Bandeirantes. A emissora fez valer o seu direito em uma operação conjunta com a Globo, na reunião da última quarta. As notícias que saíram dessa reunião diziam -e a rede Globo anunciou no fechamento do "Jornal Nacional"- que o acordo com o Clube dos 13 também valia para a Globosat. Só que a proposta da Bandeirantes incluía um acordo com a TVA para as transmissões por TV por assinatura -e não com a Globosat. A Globo sustenta que foi acordado na reunião da quarta-feira, em São Paulo, que os direitos por assinatura ficaram para a Globosat. (Aliás, para evitar dúvidas, até a ESPN International enviou correspondência ao Clube dos 13 lembrando que tem os direitos de transmissão dos jogos para fora do Brasil). Já a Globosat, reforçada pelo acordo para as TVs abertas, apresenta um contrato com o direito de preferência para a transmissão dos jogos. A disputa da TVA com a Globosat não é apenas pelas transmissões pelo cabo ou pelas parabólicas gigantes. A disputa é também pela grande vedete da temporada, as transmissões de jogos pelo sistema "pay-per-view". O grupo Abril, por um lado, detentor do Directv, entende que o contrato que lhe garante os direitos até o ano 2001 inclui o sistema "pay-per-view". A rede Globo, pelo outro, detentora do Sky, acha que o "pay-per-view" deve ser negociado separadamente. Em uma reunião no último domingo, o meio-campo embolou de tal maneira que chegou a ameaçar o contrato do Clube dos 13 com a Bandeirantes e a Globo para as transmissões nas TVs abertas. Para botar mais fogo, taí o Clube dos 11 dizendo que, sem acordo com eles, não haverá nenhum tipo de televisão. Texto Anterior: Direitos de TV na Justiça Próximo Texto: A voz do banco Índice |
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