São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'A Dor e a Compaixão' abre ciclo de Ophuls

DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje o ciclo Marcel Ophuls, grande destaque do 2º Festival Internacional de Documentários - É Tudo Verdade. Às 19h, no Cinesesc, haverá a apresentação de "A Dor e a Compaixão" (1971).
Ophuls, que revolucionou o formato dos documentários, mexe em "A Dor e a Compaixão" com um assunto considerado tabu na França: o nazismo. Ele mostra sobreviventes da ocupação nazista na França e mais: como os franceses tiveram um governo e um povo que colaboraram com a ocupação.
Outro destaque é "Kieslowski por Kieslowski", 17h, no Cinesesc -desta vez, aberto ao público.
O filme registra uma longa entrevista com Kieslowski feita por seu ex-assistente Krzysztof Wierzbicki um ano antes de sua morte.
Outro estrangeiro exibido hoje é o sueco "Falas do Coração", de Christina Olofson, às 15h, no Cinesesc (leia texto abaixo).
No Rio, onde o festival acontece simultaneamente, a programação inclui o alemão "Olhos Azuis", de Bertram Verhaag, às 14h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O filme mostra um experimento sobre discriminação, realizado em workshop da treinadora norte-americana Jane Elliott.
O workshop é realizado com cerca de 40 profissionais, como professores, policiais, assistentes sociais e administradores, um grupo composto por brancos, negros, hispânicos, homens e mulheres.
Os membros de olhos azuis são submetidos a explicações pseudocientíficas de sua inferioridade, baseadas em um hipotético teste de QI. Com esse exercício, Jane Elliott prova que a discriminação judicial, o discurso pela segregação e o comportamento preconceituso podem acarretar um efeito devastador à minoria atingida.
Às 16h30, entra em cena no CCBB "Brevíssima História das Gentes de Santos", de André Klotzel, seguido por "Antártida, o Último Continente", inédito de Monica Schmidt e Alberto Salvá.
Às 18h30, "Noel Field - A Lenda de um Espião", de Werner Schweizer, mostra como os julgamentos dos anos 50 no leste europeu se transformaram em instrumento de poder de Stalin.
Nacionais
Em São Paulo, a mostra dos nacionais começa às 18h, no Centro Cultural São Paulo, com "Burro-Sem-Rabo", de Sérgio Bloch, seguido por "Brevíssima História das Gentes de Santos" e de "O Capeta Carybé", de Agnaldo Siri Azevedo.
O destaque da programação é "Bahia de Todos os Sambas", de Paulo Cezar Saraceni e Leon Hirzman, 20h (leia texto nesta página).
Sempre com entrada franca, o festival vai até o dia 13 de abril.

Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch
Próximo Texto: Cineasta francês vai debater na Folha com Back e Tendler
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.