São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Policiais ganharam gratificação 'faroeste'
SERGIO TORRES
Oficialmente, a gratificação "faroeste" é dada a PMs que tenham praticado atos considerados de bravura. Na maioria das vezes, o policial premiado participou de ações que resultaram na morte de supostos criminosos. Os seis PMs estão presos desde anteontem, entre eles o major Álvaro Rodrigues Garcia, chefe da ação na favela, e os cabos Geraldo Antonio Pereira e Sérgio Ricardo Paiva, que foram premiados com a gratificação "faroeste", que aumenta os salários até 150%. Segundo o comandante do 18º BPM, tenente-coronel Maurício Ghedini, a premiação se deveu "ao conjunto de bons serviços prestados à sociedade e à corporação". Em reunião ontem à tarde no 18º BPM (Batalhão de Polícia Militar), o governador Marcello Alencar (PSDB) disse ao secretário estadual da Segurança Pública, general da reserva Nilton Cerqueira, e ao comandante da PM, coronel Dorasil Corval, que quer os agressores expulsos do funcionalismo público estadual. A expulsão do sargento, dos cabos e dos soldados é considerada questão de dias na corporação. Os cinco serão submetidos ao Conselho Disciplinar da PM, que tem até 30 dias para apresentar parecer favorável ou não à expulsão. A questão do major é diferente. Por ser oficial, ele será submetido ao Conselho de Justificação da PM. Se o conselho considerar o major merecedor de expulsão, o caso vai à apreciação da Justiça comum, em ação penal no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio. Incursão Na noite do dia 23 de março, os seis PMs deixaram o 18º BPM para uma incursão de rotina na Cidade de Deus. Conforme mostrou o Jornal Nacional, da Rede Globo, de anteontem, pelo menos 11 moradores da favela foram espancados pelos PMs durante a operação. As imagens foram filmadas por um morador da localidade. Após a reunião, o governador decidiu manter no cargo o comandante do 18º BPM, que estava ameaçado de demissão. Segundo Alencar, Ghedini não sabia que as agressões tinham ocorrido. O major envolvido nos espancamentos ingressou na PM em 82. Sua ficha não apresenta maus antecedentes, afirmou o governador. O comandante da PM disse que as fichas dos demais também não registra transgressões graves. Todos eram policiais experientes. O mais novo está na PM há oito anos. Texto Anterior: Cerqueira faz crítica a entidade Próximo Texto: FHC diz estar preocupado Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |