São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Processo pressiona empresa privada

Para empresário, associações são inevitáveis

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa privada nacional não tem muitas opções para crescer -ou para sobreviver- no mundo da globalização.
"Ou se torna uma grande empresa em termos mundiais ou explora um nicho de mercado", resumiu Celso Vargas, da Freios Varga, durante seminário sobre globalização organizado pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais).
O ritmo em que estão ocorrendo fusões e incorporações no mercado brasileiro comprovaria que é inevitável algum tipo de associação com o capital estrangeiro. Dados da empresa de consultoria KPMG mostram que em 1992 foram feitas 52 fusões ou aquisições no país; em 96, esse número chegou a 328.
Não adiantaria concordar ou discordar do processo de globalização do setor de autopeças. "Ele está aí", segundo Vargas.
O empresário deveria analisar a situação da sua companhia no mercado e decidir qual a melhor opção para garantir sua expansão e lucratividade. No caso da Freios Varga, a opção foi associar-se com grupos estrangeiros.
Para Helio Mattar, presidente da GE-Dako (fabricante de fogões), o empresário precisa se preparar para as negociações com grupos estrangeiros de forma a preservar seus interesses.
Lembrou, por exemplo, a necessidade de se estabelecer regras claras para que o sócio minoritário possa sair quando achar conveniente, sem ter perdas. Em 96, a GE comprou uma participação majoritária na Dako, até então empresa familiar.
Houve consenso entre os empresários de que a adaptação das empresas brasileiras à globalização está acontecendo de forma desordenada porque não concorrem com os grupos estrangeiras em igualdade de condições.
O principal problema é o nível elevado dos juros. Vargas lembrou que os juros cobrados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), os menores do mercado, são tão altos que nos EUA só podem ser comparados com as taxas dos cartões de crédito.

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