São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Curta exibe olhar infantil

CECÍLIA SAYAD
DA COORDENAÇÃO DE ARTIGOS E EVENTOS

O curta-metragem "Meu Diário Irlandês", para não fugir à tradição do cinema nórdico, mostra o olhar da criança sobre o mundo.
Nele, o diretor dinamarquês Jon Bang Carlsen retrata o processo de adaptação de seu filho de seis anos à Irlanda, país para o qual a família do diretor migrou por um ano.
Esse retrato é traçado pelas observações do garoto sobre a natureza, a língua e as pessoas que encontra nesse lugar desconhecido.
Que poderia ser a China ou o México: o que conta é a descoberta de um universo novo, melhor apreendido a partir do momento em que ele domina a língua local.
Diferentemente de filmes como "Minha Vida de Cachorro" (do sueco Lasse Hallstrom), o documentário de Carlsen traz uma visão desprovida de angústia.
O diretor procura extrair poesia do olhar de seu filho, o que faz por meio de imagens simples (e portanto familiares ao universo infantil), como a neblina que dificulta a visão do local e, consequentemente, a sua compreensão.
Carlsen marca ponto ao não se utilizar da criança para expressar seus próprios dramas. Mas não dá para deixar de notar que a poesia que permeia o filme vem dele, e não do menino.

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