São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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2% dos carros terão de ser não-poluentes

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

Em 1998, pelo menos 2% dos novos carros vendidos no Estado da Califórnia (costa leste dos Estados Unidos) terão de ser não-poluentes. Em 2003, a porcentagem terá de subir para 10%.
A determinação faz parte de medidas impostas pelo governo estadual em 1990. Pelo menos outros nove estados norte-americanos estão propensos a seguir o exemplo da Califórnia.
O Estado é o maior mercado automobilístico do país. Pouco mais de 2 milhões de novos veículos entram em circulação a cada ano.
A indústria automobilística diz estar preparada para atender a nova legislação, já que desde os anos 80 afirma ter destinado parte substancial de seu faturamento no desenvolvimento de veículos menos poluentes.
A Chrysler, a Ford e a General Motors, por exemplo, formaram o Conselho para Pesquisa Automotiva dos Estados Unidos, que tem como um dos objetivos desenvolver novas tecnologias para zerar a emissão de poluentes dos veículos.
Um dos principais investimentos do conselho foi na pesquisa de combustíveis alternativos.
Além de controlar a emissão de poluentes, o grupo estuda medidas para aumentar a segurança dos usuários.
Os números
Apesar de toda a campanha para diminuir a presença de carros velhos no mercado, a proporção de veículos antigos nas rodovias norte-americanas cresceu nos últimos dez anos.
Em 1983, havia 27% de automóveis fabricados havia pelo menos dez anos. Em 1995, atingiu a marca de 34%. Do mesmo modo, a porcentagem de carros com 15 anos ou mais de uso nas ruas subiu de 6% para 13% no período.
Mesmo com o crescimento da proporção de veículos antigos em circulação, a Associação de Automóveis dos Estados Unidos lembra que o número de carros fabricados há 20 anos não chega a 10% da frota. Os de mais de 20 anos representam menos de 5%.
Segundo o Departamento de Transporte, a maior parte deles só sai às ruas nos fins-de-semana, rodando menos de 1.650 km por ano.
Os bônus
No Estado da Califórnia, uma grande empresa que comprar um determinado número de carros velhos e eliminá-los do mercado, jogando-os no "ferro velho", recebe um "bônus antipoluição".
O bônus pode ser usado para descontar o montante que esta mesma empresa causa de poluição diária.
A medida tem recebido muitas críticas. "Não leva a nada. De que adianta retirar do mercado carros velhos que poluíam o ambiente, se agora a própria empresa vai poluir mais?, perguntou Charlie Peters, membro de uma ONG que combate a poluição ambiental.
"No fundo, é só uma maneira de as grandes empresas petrolíferas evitarem gastar mais em pesquisas e equipamentos antipoluição."
A idéia do bônus é servir como incentivo econômico para que as indústrias investissem na procura de meios mais eficientes para diminuir a poluição.
As empresas que atingem determinado nível de controle de emissão de poluentes são recompensadas com incentivos fiscais.
Estados como a Pensilvânia, a Virgínia e o Arizona estão estudando adotar atitudes similares às da Califórnia, criando um bônus semelhante.
(JCA)

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