São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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'Nanico', Cunha submerge e usa força de pernas

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Maurício Cunha, 25, representa uma das maiores forças brasileiras no Mundial de piscina curta, entre quinta e domingo, em Gotemburgo (Suécia).
Ele é dono do recorde sul-americano nos 100 m borboleta em piscina curta, com 53s52.
Devido à estatura considerada pequena para nadadores (1,72 m e 70 kg), Cunha está se especializando em nado submerso, técnica que beneficia esse tipo de atleta.

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Folha - Desde quando você utiliza a técnica de nado submerso?
Maurício Cunha - Comecei a praticar há uns dois anos, após observar outro atleta fazendo uso dessa técnica nos Estados Unidos (onde Cunha treina há quatro anos e estuda administração).
Folha - Essa técnica favorece as pessoas de pequena estatura?
Maurício Cunha - Teoricamente, sim. Mas o sucesso não depende apenas do tamanho. O importante mesmo é ter uma boa técnica de pernas. E esse é o meu forte.
Folha - Na prova de 100 m borboleta, você obtém aproximadamente um segundo de vantagem por meio da utilização do nado submerso. Você está preocupado com a possível limitação do uso dessa técnica (em 15 metros) nas provas de nado borboleta, como já acontece no nado costas?
Maurício Cunha - Nas provas em piscina longa, isso constitui um problema. Em piscina curta, isso não me afetaria tanto. Na prova dos 100 m borboleta, nado os primeiros 25 m submerso. Na primeira virada, faço submerso 15 m. E, nas duas últimas, faço apenas 10 m submerso. Logo, uma limitação de 15 m, como ocorre no nado costas, me prejudicaria apenas na volta inicial.
Folha - No Mundial da Espanha, em 93, o Brasil ficou em quinto lugar. Em 95, no Rio de Janeiro, conseguiu ser terceiro. Como explicar a evolução?
Maurício Cunha - Motivação. Tanto para a Olimpíada quanto para o Mundial de piscina longa, os índices exigidos pela Confederação Brasileira não condizem com nossa realidade. Para os Mundiais de piscina curta, os índices estão mais de acordo com nossos nadadores. Com isso, mais atletas podem se classificar, acirrando a competitividade. Isso eleva o nível da prova e dos selecionados para o Mundial.
Qual a sua expectativa para este Mundial?
Maurício Cunha - Minha forma atual é melhor que a do ano passado. Acho que conseguirei terminar entre os oito primeiros. Depois disso, o que vier é lucro.

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