São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Def Leppard quer conhecer pop brasileiro

RUBENS LEME DA COSTA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Fazer grandes shows, conhecer o rock brasileiro e curtir as belezas naturais do Brasil. Essas são as principais metas do grupo inglês Def Leppard, que abre turnê brasileira no dia 22, no Metropolitan, no Rio de Janeiro.
A banda ainda se apresenta no Olympia, em São Paulo, nos dias 23 e 24.
Para o baixista Rick Savage, a turnê tem sido ótima. "Estamos tocando em lugares a que nunca havíamos ido, como a América Central, e a repercussão tem sido fantástica", disse, em entrevista à Folha, por telefone, do Panamá.
Leia alguns trechos da entrevista.
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Folha - Como tem sido a turnê do novo álbum, "Slang"?
Savage - Tem sido maravilhosa, o público tem adorado. Recebemos críticas positivas e estamos felizes por tocar em lugares como Panamá, Guatemala, Equador e Costa Rica, onde nunca estivemos.
Folha - O que vocês esperam dos shows no Brasil?
Savage -Acho que será um dos pontos altos da turnê. Já me disseram que temos um grande fã-clube aí e que deveremos ter casa cheia.
Folha - Não incomoda tocar em lugares menores, em vez de estádios?
Savage -Não faz a menor diferença. O importante é que as condições técnicas estejam boas e que todo mundo goste do show. É lógico que em teatros você não tem todo o aparato tecnológico dos estádios, mas será igualmente bom.
Folha - Como você define o novo trabalho, "Slang"?
Savage -Estou muito orgulhoso do resultado do disco. Conseguimos a sonoridade rock que queríamos.
Folha - Você acha que o estilo "heavy metal" morreu?
Savage -Eu não gosto desses rótulos que a mídia inventa. Para mim, isso não existe.
Folha - Vocês não vieram ao Brasil em 85 para o Rock in Rio devido ao acidente com a baterista Rick Allen, que perdeu um braço. Qual a importância dele na banda?
Savage -Bem, Rick está há muito tempo com a gente e quando ele perdeu o braço foi um golpe terrível para o grupo, que pensou em parar. Mas graças a um kit eletrônico de bateria, pelo qual ele pode simular as batidas com pedais, ele acabou ficando.
Folha - Vocês esperam o mesmo sucesso de "Hysteria", de 1987?
Savage -Acho pouco provável. O que aconteceu com "Hysteria" foi uma dessas coisas incríveis que deixam qualquer artista espantado e orgulhoso. Nós vendemos muito, tivemos vários hits. Foi um período especial para todos nós.
Folha - Vocês têm Vivian Campbell na guitarra em lugar de Steve Clark, que morreu em 91. Quais são as diferenças entre os dois?
Savage - Para falar a verdade Vivian tem um estilo semelhante ao que Steve possuía, o que facilitou seu encaixe no grupo.
Folha - No ano passado vocês conseguiram um recorde tocando em três continentes diferentes em um mesmo dia. Como foi possível?
Savage -Foi muito complicado. Nós começamos no Marrocos, tocando à meia-noite, e imediatamente fomos para a Inglaterra, onde tocamos às dez da manhã. Depois voamos para o Canadá, onde nos apresentamos à noite. Conseguimos isso devido às diferenças de fuso horário.
Folha - E vocês esperam bater esse recorde mundial?
Savage - Ah, Deus, não. Foi legal, mas cansativo. Nem de brincadeira imagino fazer de novo.

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