São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Idoneidade; Enfermeiras; Recursos miseráveis; Pioneirismo; Defesa do cidadão; Saramago; Crítica; Acusações; Patrimônio; Novo alvo; Indignação; Descrédito

Idoneidade
"Um Judiciário acreditado e forte é sugestivo da tranquilidade social e garantia do exercício dos direitos e liberdades individuais. Duras críticas vilipendiam os magistrados, aos quais se imputa a maior parcela de culpabilidade pelo desmazelo nele verificado.
E, inclusive, pretende-se instituir a eles um controle externo das atividades administrativas, como se, moralmente, inidôneos fossem todos eles para gerir os órgãos do poder independente a que pertencem. E como se tal hipotética inidoneidade não comprometesse, bem mais gravosamente, o próprio exercício da jurisdição."
Antônio Marques Cavalcante Filho, presidente da 12ª Junta de Conciliação e Julgamento de Fortaleza (Fortaleza, CE)

Enfermeiras
"Sobre o artigo 'Mauricinhos entram de gaiatos no navio', de Barbara Gancia: não sou leitora assídua da coluna, razão pela qual escapou-me o texto, publicado em 11/11/96, onde a colunista relata sua experiência em um minicruzeiro pelo litoral do Rio.
Em determinado momento, Barbara Gancia explica que os passageiros, em sua maioria do sexo masculino, frustrados pela ausência de moças no navio, foram 'salvos', quando, nas palavras dela, um lote de 'enfermeiras' foi embarcado para salvar a pátria.
Não é a primeira vez que a figura da enfermeira é erroneamente associada à imagem de garota de programa. Tenho 30 anos de atuação em enfermagem e posso garantir que o perfil dessa profissional em nada corresponde àquela que povoa o imaginário masculino.
Acredito não ter havido por parte dela qualquer intenção em atingir moralmente os profissionais de enfermagem. Mas a idéia implícita em duas linhas de texto contribuiu para, mais uma vez, reforçar no inconsciente do leitor a idéia equivocada e leviana da enfermeira como objeto sexual, sensual, pronta a seduzir pacientes e médicos."
Ruth Miranda de Camargo Leifert, presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (São Paulo, SP)

Recursos miseráveis
"FHC é um legítimo cotó virtual: perdeu os dedos saúde e educação de sua campanha presidencial ao longo de seus dois anos de mandato.
E a área social continua perdendo: saúde e saneamento, que representavam 6,17% do Orçamento da União, em 1995, caíram para 5,16%, em 1996.
Houve uma queda de 18% dos recursos para a saúde em um ano! E isso que a dotação orçamentária para a saúde pública já era miserável."
João Carlos Biernat, presidente da ABCDT -Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (Porto Alegre, RS)

Pioneirismo
"A Folha divulgou, em 28/2, a aprovação da 'primeira mulher na história da Faculdade de Medicina da USP para a cadeira de professor titular'. Achei oportuno informar que, em Ribeirão Preto (SP), elas vêm ocupando essa posição de titular há pelo menos 15 anos."
Rita Stella (Ribeirão Preto, SP)

Defesa do cidadão
"Temos que fazer urgentemente o Código de Defesa do Cidadão. Assim como o Código de Defesa do Consumidor, o de defesa do cidadão nos defenderia de CPMFs, lombadas nas estradas e, agora, selos nos pára-brisa. Senão teremos que recriar o Ministério da Desburocratização."
José Carlos Silveira Piccina (São Paulo, SP)

Saramago
"Lamentável o espaço em que a Folha deu aos pensamentos de José Saramago em sua primeira página:
'É tão pouca coisa ser-se um Deus, quando, apesar dos famosos atributos de omnisciência e omnipotência, mil vezes exaltados em todas as línguas e dialectos, foram cometidos, no projeto da criação da humanidade, tantos e tão grosseiros erros de previsão, como foi aquele, a todas as luzes imperdoável, de apetrechar as pessoas com glândulas sudoríparas, para depois lhes recusar o trabalho que as faria funcionar -as glândulas e as pessoas'.
Quem é esse Saramago, com toda a sua cultura, fazer este tipo de crítica?"
Josafá Henrique (São Paulo, SP)

Crítica
"Em fevereiro, de volta após 60 dias, enfrento uma pilha de papel impresso pela Folha: quanto desperdício! Para minha surpresa, a Folha ficou enfadonha: só deu FHC e suas traquinagens."
Mário Cavallari Jr. (São Paulo, SP)

Acusações
"Certo partido, que não prima pela ética, descarrega na TV suas baterias contra Celso Pitta, acusado e condenado por eles pelos precatórios municipais. E instigam o eleitor a não votar mais no Maluf, que pôs as mãos no fogo pelo atual prefeito de São Paulo.
Os crimes desse partido são de difamação, calúnia e injúria. E, com certeza, o nosso prefeito, que ainda não foi indiciado por nada, entrará em juízo com a competente ação de reparação de danos morais, a qual resultará em polpuda indenização. A honra tem valor pecuniário, e o PT não escapará."
Tito Lívio Fleury Martins (São Paulo, SP)

Patrimônio
"Passei pela Estação da Luz em 30/3. Fiquei horrorizado com o estado daquela importante estação ferroviária. Há lixo por todos os lados."
Antonio João Muselli (Caieiras, SP)

Novo alvo
"Suspiros de alívio podem ser ouvidos entre os envolvidos com os precatórios. Com o foco das atenções voltado para a PM de São Paulo, os suspeitos têm agora tempo para respirar e armar-se com novas 'explicações' para o caso. É papel da imprensa não deixar o assunto perder o fôlego."
Mônica Farias dos Santos (São Paulo, SP)

Indignação
"Não entendo a falta de indignação, semelhante ao caso da PM, com a morte de crianças e adultos por soro contaminado em Campinas (SP) e região.
A meu ver, esse caso é mais revoltantes do que a violência na favela. Afinal, muitos já sabem disso há muito tempo. Só porque foi filmado, então, passa a ter destaque? Que hipocrisia!
O que esperar de um país que não consegue cuidar de suas próprias crianças, com educação e saúde? O resto não causa qualquer espanto.
Afinal, a lição que a TV ensina é a violência, o ateísmo e a promiscuidade. Sinal que o povo continua aprendendo muito bem. E vendo novelas."
José Eduardo O. de Lima (São João da Boa Vista, SP)

Descrédito
"O leitor Vladimir da Cunha Pereira, de Jundiaí (SP), acredita que a CPI dos Precatórios vai fazer uma faxina na bandalheira neste país. Esquece o amigo que há quase 500 anos existe a instituição da roubalheira no Brasil."
Silmar Bohrer (Caçador, SC)

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