São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997 |
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Pefelista rompe com tucano
MARTA SALOMON; LUIZA DAMÉ
A disputa de poder entre os integrantes da aliança política que elegeu FHC em 1994 explodiu à porta do gabinete do ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), que chamara os líderes governistas para decidir a estratégia de votação da reforma administrativa. "Não fico na sala com esse f.d.p.", reagiu Inocêncio aos gritos ao abrir a porta e enxergar Aécio. "Se ficar aqui, eu bato nele", disse, virando as costas à reunião. Nem o ministro conseguiu demover Inocêncio. Na sala, ficou um "clima de velório", segundo relato do líder do PTB, Paulo Heslander (MG). A briga foi tão feia que o próprio FHC interveio em três telefonemas ao líder do PFL. O presidente chamou Inocêncio ao Palácio do Planalto para tentar acalmá-lo. Depois do encontro, o líder ainda insistia: "O Aécio desagrega a base. Na minha sala, ele não entra, com ele eu não converso". Aécio Neves relevou publicamente o episódio: "Não vejo razão para pedir desculpas. A reforma administrativa é um assunto sério e não vou alimentar essa brincadeira". O desentendimento entre os dois começou com as críticas do líder tucano ao acordo que permitia o acúmulo de salário e aposentadoria a ocupantes de cargos de caráter temporário, até o limite de R$ 21,6 mil, avalizado pelo líder do PSDB e por Fernando Henrique. As divergências do PFL e PSDB extrapolam a discussão da reforma administrativa. Os partidos também disputam a liderança do governo, ocupada por Benito Gama (PFL-BA) e cobiçada pelo ex-líder do PSDB José Aníbal (SP). O ministro Luiz Carlos Santos aposta numa conciliação. "O governo coloca, já colocou e vai continuar colocando os dois na mesma sala pelo interesse do país", disse. (MARTA SALOMON e LUIZA DAMÉ) Texto Anterior: Emenda perpetua privilégio Próximo Texto: Promotor denuncia 7 envolvidos no caso Índice |
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