São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997
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Reunião da Alca não chega a consenso

DANIELA FERNANDES
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A reunião de vice-ministros da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) não deve chegar a um consenso em relação aos temas mais polêmicos, como fases das negociações do acordo e redução das tarifas de importação.
Segundo o embaixador José Botafogo Gonçalves, subsecretário do Itamaraty, os temas mais polêmicos foram aprofundados durante todo o dia de ontem. O objetivo da reunião, diz, era o de aproximar as posições dos 34 países que formam o bloco. "Há evoluções positivas", afirma.
Mas, na prática, não será decidido se as negociações vão ocorrer em três fases, como defende o Mercosul, ou em uma só a partir de 1998, como querem os EUA e o Canadá. Esse ponto é importante e vem entravando as negociações porque, segundo a proposta do Mercosul, a redução das tarifas de importação só deve ocorrer na última fase, em 2003.
O local da sede da Alca é outro impasse. O Mercosul defende a idéia de, no máximo, três sedes. Os outros países propõem uma só.
Essas discussões serão retomadas em maio, na reunião de ministros de Comércio Exterior que se realizará em Belo Horizonte.
Está prevista ainda uma nova reunião de ministros, em fevereiro de 1998, em Costa Rica. Esse encontro, assim como o de Belo Horizonte, será precedido por três reuniões de vice-ministros.
Ou seja, os negociadores ainda terão muito tempo para discutir até a Reunião de Cúpula das Américas, em março do próximo ano, no Chile.
O documento que será divulgado hoje engloba as questões pendentes em um texto neutro, que não define as posições divergentes entre Mercosul e EUA.
O texto vai sintetizar as propostas convergentes. Elas se baseiam em como os trabalhos serão organizados até a reunião do Chile.
Os negociadores decidiram ontem pedir ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) estudo sobre aspectos logísticos e custos de funcionamento da Alca.

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