São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Greve pára hoje portos em todo o país

FAUSTO SIQUEIRA

FAUSTO SIQUEIRA; FABIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Persiste impasse entre Cosipa e estivadores; paralisação nacional de 48 horas não terá adesão de Paranaguá

FABIO ZANINI da Agência Folha, em Cubatão
Estivadores de 48 terminais portuários brasileiros aprovaram a deflagração de uma greve nacional de 48 horas a partir das 7h de hoje.
Apenas os 8.000 trabalhadores do porto de Paranaguá (PR) decidiram não aderir ao movimento. Mas eles pretendem realizar uma série de atos públicos em solidariedade aos portuários de Santos.
A informação foi dada pela Federação Nacional dos Estivadores, em Brasília, com base nos resultados das assembléias realizadas ontem e anteontem em todo o país.
A paralisação nacional é uma forma de apoio ao movimento dos estivadores de Santos (SP), em greve desde terça-feira.
Eles tentam garantir o mercado de trabalho no terminal privativo da Cosipa, que decidiu operar navios com mão-de-obra própria e não sindicalizada.
O objetivo da greve nacional é evitar que empresas proprietárias de 48 terminais privativos nos portos brasileiros adotem a mesma medida da Cosipa.
Fracasso
A greve nacional foi ratificada após fracassar a reunião, no Guarujá, entre sindicalistas e representantes da Cosipa.
Os sindicalistas mantiveram-se irredutíveis e não aceitaram a proposta da siderúrgica de operação alternada dos navios.
A reunião será retomada hoje às 9h. Participaram da reunião o presidente do Sindicato dos Conferentes, José Tarciso Florentino da Silva, o presidente do Sindicato dos Consertadores, Francisco Vieira, e os diretores do Sindicato dos Estivadores Antonio Pinho e Orlando Santana.
"A alternância é o grande nó", disse Florentino da Silva.
O resultado da reunião foi comunicado às 18h à assembléia em frente à empresa, em Cubatão.
Houve ameaça de bloquear novamente o viaduto que dá acesso à empresa, que não foi concretizada. Um grupo de cerca de 200 estivadores permanece acampado em vigília em frente à empresa.
Os dois navios que estão no terminal estão sendo descarregados por profissionais contratados pela Cosipa. Como foi acertado que os próximos dois navios serão operados pelos trabalhadores ligados aos sindicatos, Silva disse querer acelerar a negociação antes de chegar o quinto navio.
O restante do porto ficou paralisado ontem devido ao terceiro dia de greve dos avulsos.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo disse que em seus armazéns ainda há espaço para receber a safra de soja a ser exportada.
Ontem, havia 107,7 mil toneladas de soja armazenadas. A capacidade dos armazéns é de 200 mil toneladas. A Codesp estima que, sem escoamento, a capacidade de armazenamento estará esgotada no prazo de três a cinco dias.

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