São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Lokua Kanza rouba show de Djavan

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Cantando em lingala e swahili, mostrando suas composições refinadas e esbanjando simpatia e uma belíssima voz, o zairense Lokua Kanza arrebatou a platéia da noite de anteontem, na abertura do Heineken Concerts 97, em São Paulo.
É bem verdade que o mestre-de-cerimônias e o dono da noite era Djavan, mas quem provocou surpresa e encantamento -até pelo completo desconhecimento de seu trabalho pela platéia- foi Lokua Kanza, o mais aplaudido.
Não que Djavan não tenha feito um bom show. Secundado por uma banda quase perfeita, com destaque para o trabalho do naipe de metais, o cantor alagoano fez uma excelente apresentação.
A bateria soava pesada demais, talvez por problemas de equalização, já que o som do Palace, como sempre, não ajudou muito.
Além disso, cantar a chapliniana "Smile" e versos dizendo que "quem sofre de véspera é peru" são absolutamente dispensáveis.
Mas o principal problema surgiu na 19ª música, quando Al Jarreau entrou no palco.
Enquanto Lokua Kanza cantou uma primorosa versão de "Nem Um Dia", em português, com Djavan, Al Jarreau deu o vexame de ler em um papelzinho a letra em inglês de "Azul".
Com seus cansativos malabarismos vocais, mais apropriados a outro tipo de palco, o cantor agradou apenas a sua fiel torcida.
Para os que dela não fazem parte, os momentos mais aproveitáveis foram quando ele fez discretos vocalises enquanto Djavan cantava "Oceano". Menos, às vezes, é mais.

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