São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997 |
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"O Grande Encontro" nordestino chega à cidade hoje
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
Iniciada em 25 de janeiro de 1996, a turnê do encontro já rendeu um disco ao vivo, passou por 16 cidades e foi visto por mais de 150 mil pessoas. "Cada um traz uma forma de poesia. Somos quatro formas de explicar o nordeste", disse Elba Ramalho por telefone à Folha. No show, o quarteto vai além do repertório do disco. "O disco não diz absolutamente o que é o show. Acho que o show é melhor e mais completo, tem o tamanho e o movimento que não podem ser mostrados no disco", diz Elba. O show deveria ter chegado a São Paulo no fim do ano passado. Mas, segundo Zé Ramalho, a mística da "migração" dos paulistanos para o litoral nessa época adiou a vinda para depois do Carnaval. O repertório inclui canções compostas por parcerias dentro do quarteto, como "Bicho de Sete Cabeças" (Geraldo e Zé) e "Caravana" (Alceu e Zé). Além disso, há o repertório pessoal. Para Alceu Valença, este encontro estava marcado pelo destino. "Somos da mesma família, de pai pernambucano e mãe paraibana", diz. "E como em toda família, os filhos tem personalidades diferentes, cada um trata a arte de uma maneira." Elba e Zé são paraibanos, com influências de rock. Geraldo foi iniciado com a bossa nova e Alceu, mais para pop, é pernambucanos. Todos vieram para São Paulo no início da década de 70 e se encontraram de formas diferentes. Segundo Alceu, Geraldo veio primeiro. Ele chegou logo depois, conheceram-se e chegaram a gravar um disco. Alceu voltou para o Recife e arrumou uma namorada, que tinha uma irmã. A moça namorava Zé Ramalho. Se conheceram assim. Zé foi convidado a participar da banda de Alceu. Vieram, em 1975, participar do Festival Abertura, em São Paulo. "Este foi um evento importante, que lançou Luiz Melodia, lançou Djavan e me lançou", conta Alceu. Alceu gravou um disco -"Vivo"-, no qual Zé tocava violão. Foi convidado a compor a trilha sonora de um musical de Luiz Mendonça, no Rio de Janeiro, onde conheceu Elba Ramalho. Daí muitos trabalhos e parcerias aconteceram. Suas carreiras individuais cresceram e eles se separaram. Esse novo encontro aconteceu no Canecão, no Rio de Janeiro, quando Alceu foi convidado a participar do show "Dueto", de Geraldo e Zé Ramalho. Então resolveram chamar Elba, que preencheria o elemento feminino que faltava, além de ser intérprete dos três compositores. Show: O Grande Encontro Artistas: Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho Quando: hoje e amanhã, às 22h30, e domingo, às 21h Onde: Olympia (rua Clélia, 1.517, Lapa, tel. 011/252-6255) Quanto: R$ 30 a R$ 60 Texto Anterior: Te Kanawa muda repertório em segundo recital em SP Índice |
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