São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Fura-fila vai desapropriar dez imóveis

DA REPORTAGEM LOCAL

A construção da primeira linha do fura-fila deverá provocar a desapropriação de dez imóveis localizados na rua das Juntas Provisórias, zona sul de São Paulo.
Uma outra área de 11 mil metros quadrados, onde existem galpões, também poderá ser declarada de utilidade pública.
A linha vai ligar o Sacomã ao parque D. Pedro 2º, no centro, e deverá ser iniciada em setembro deste ano. O término está previsto para setembro de 98.
Segundo o presidente da SPTrans (São Paulo Transportes), Francisco Christovam, as desapropriações no trecho de 60 metros da Juntas Provisórias são necessárias para a passagem do fura-fila.
Ele diz, porém, que os engenheiros da prefeitura estão tentando encontrar uma maneira para evitar a desapropriação.
As desapropriações dos galpões serão feitas porque no local a prefeitura pretende construir uma estação de embarque.
A estação deverá integrar o fura-fila com o ramal Paulista do metrô (na extensão Ana Rosa-Oratório) e com linhas municipais e metropolitanas de ônibus.
A Secretaria Municipal dos Transportes ainda não estimou os custos das desapropriações. Com 8,5 quilômetros de extensão, a linha terá um trecho que funcionará em via elevada (na região em que o rio Tamanduateí não está coberto).
Nesse trecho, a via será construída sobre o rio a 4,5 metros de altura. Após a praça Alberto Delion, o fura-fila voltará a trafegar no solo.
Projeto de lei
Na próxima semana, a Câmara Municipal deve aprovar em segunda e última votação o projeto que introduz o fura-fila em São Paulo.
Anteontem, foi feita a primeira votação. Fura-fila é o apelido do VLP (Veículo Leve sobre Pneus), principal promessa de campanha do prefeito Celso Pitta.
O VLP é um ônibus biarticulado, preso por roldanas em vias exclusivas (onde não passará nenhum outro tipo de transporte).
O fura-fila, segundo o projeto, também não vai sofrer interferências de semáforos, podendo funcionar em vias elevadas.
O VLP terá uma velocidade média de 30 km/h, mas poderá atingir um máximo de 80 km/h.
Pitta pretende construir uma rede básica com 105 km. O veículo vai rodar em locais com demanda de transporte entre 20 mil e 30 mil passageiros por hora e por sentido.
O VLP é um sistema de média capacidade. Sua demanda é intermediária entre o ônibus (menos de 10 mil passageiros/hora/sentido) e o metrô (acima de 50 mil).
O combustível do veículo ainda não está definido. Os técnicos da SPtrans preferem a eletricidade, mas é possível que o veículo funcione a gás ou a diesel.

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