São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Prefeitura define três camelódromos

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura já definiu três locais para instalar camelódromos em São Paulo: os largos da Batata, em Pinheiros (zona oeste), e da Concórdia, no Brás (zona leste), e a praça Salim Farah Maluf, em Santo Amaro (zona sul).
Os "bazares de ambulantes", como prefere chamar o secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, serão, em toda a cidade, cerca de 50. Os primeiros devem começar a funcionar nos próximos 60 dias.
Haverá banheiros para homens e mulheres (com adaptações para deficientes físicos) e uma rígida regulamentação para que cada ambulante arme sua barraca em um espaço de, no máximo, 1 metro por 1,5 metro.
Nem todos os camelôs poderão continuar trabalhando nesses locais. Para acomodar as barracas à nova regulamentação, muitos ambulantes terão de ser realocados.
A idéia de Savelli é atrair os camelôs para os bairros, fazendo uma "descentralização" do comércio ambulante na cidade.
"A maioria das pessoas mora na periferia, mas prefere vir até o centro da cidade para vender seus produtos. É um desperdício de dinheiro na condução e a situação gera um acúmulo de lixo nas ruas do centro velho", afirmou.
A licença de trabalho para os camelôs também vai mudar. Hoje, há uma permissão com a qual a pessoa pode trabalhar no comércio ambulante por um período limitado, mas em qualquer ponto da cidade.
Agora, Savelli pretende distribuir licenças que indiquem o camelódromo específico para o trabalhador. "Mas não vamos impor o local. A pessoa terá liberdade de escolha entre os bazares com vagas disponíveis", disse Savelli.
Os administradores regionais de São Paulo foram notificados pelo Ministério Público (MP), há cerca de 40 dias, com um pedido formal para que solucionem o comércio clandestino na cidade.
"Eu mesmo respondi com uma carta ao MP e informei as medidas que estamos tomando para regularizar os camelôs", disse Savelli.
Hoje, há cerca de 18 mil camelôs nas ruas da cidade, segundo pesquisa da prefeitura. Destes, apenas 600 estão regularizados.
Produtos diferentes
O administrador regional de Santo Amaro, Oswaldo Kawanami, disse que os camelôs que forem autorizados a trabalhar na praça Salim Farah Maluf não poderão vender os mesmos produtos oferecidos pelo comércio regular da região.
"Se houver uma loja de discos na frente da praça, por exemplo, nenhum ambulante poderá concorrer vendendo discos", afirmou.
Em Santo Amaro, será dada prioridade aos deficientes físicos, idosos e aposentados para a regularização, mas Kawanami não descarta a hipótese de sortear as licenças que sobrarem.

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