São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997 |
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Especulação agita dólar e juros na BM&F
LUIZ ANTONIO CINTRA
O nervosismo do mercado financeiro ainda é consequência da decisão do governo de manter os juros básicos para maio em 1,58%. O mercado esperava que a continuidade da trajetória de queda dos juros, que desde outubro de 96 marcou a política monetária. A decisão de manter os juros tem duas razões básicas: atrair dólares para o país, compensando em parte o déficit comercial, e em segundo lugar desestimular consumo e investimentos, estimulando as aplicações de renda fixa. A agitação de ontem está diretamente ligada às operações de grandes investidores, que apostavam na queda do dólar e dos juros. Como a expectativa dos investidores mudou com a manutenção dos juros para maio, a perspectiva de alta dos juros norte-americanos e a possibilidade de freio no consumo, muitos tiveram ontem que correr atrás do prejuízo. A demanda aquecida, com muitos bancos tendo de fechar operações a qualquer custo, empurrou todos os contratos para cima. No caso dos contratos de dólar para entrega em julho, por exemplo, a alta foi de 0,12%. Aqueles com vencimento em outubro fecharam com alta de 0,36%. Nova York A Bolsa de Valores de Nova York encerrou o pregão em alta ontem, concluindo a semana com desempenho positivo provocado principalmente pela queda do rendimento dos títulos de 30 anos. Depois de chegar a pagar 7,17% ao ano, no início da semana, os papéis da dívida pública norte-americana pagavam ontem 7,05%. Com isso, o Dow Jones das 30 ações industriais mais negociadas fechou com alta de 44,9 pontos, com valorização de 0,7% no dia. O otimismo dos investidores nos últimos dias não significa que o mercado deixou de lado o receio de nova alta dos juros básicos da economia norte-americana. Isso porque a alta se concentrou em papéis de empresas de alta tecnologia, depois que a Microsoft divulgou lucro de US$ 1,04 bilhão no primeiro trimestre. E-mail mercado@uol.com.br Texto Anterior: GM tem venda recorde na América do Sul Próximo Texto: Termina a greve dos estivadores Índice |
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